(Araucaria) Tema Polêmico

PY2ZX py2zx.ham em gmail.com
Terça Maio 28 18:34:57 BRT 2013


Olá João,

Gostaria que no Brasil o ímpeto pela extinção dos exames obrigatórios de
Código Morse fosse acompanhado pelo desejo autêntico de aumentar as
exigências de conhecimento jurídico, técnico e científico para ingresso,
manutenção e promoção de classe, seguindo o exemplo português. Sobre a
CEPT, envio cópia de sua mensagem para a LABRE em Brasília, com
condições de tratar do tema. Muito obrigado pelo e-mail e o link! 73!

Flávio PY2ZX


> Prezado Flávio PY2ZX,
>
> O meu "definitivamente" não é só baseado com o que aconteceu na
> Europa mas também em muitos países do Mundo.
>
> Aqui em Portugal, também existiu um enorme alvoroço com o fim do
> exame de aptidão de cw , em que vários colegas tinham exatamente a
> sua opinião e temiam a anarquia.
>
> A nova legislação aboliu o exame de morse, mas no entanto, aumentou
> em muito a exigência técnica e cientifica do novo candidato. Para a
> categoria 1, a mais elevada, as matérias estão ao nível das
> lecionadas em licenciaturas universitárias. Pode verificar no anexo
> 1 da descrição detalhada das matérias de exames de aptidão para as
> categorias de amador 1, 2 e 3 neste momento vigentes em Portugal:
> http://goo.gl/4hb4T Convido todos os colegas brasileiros a
> verificarem por si, o nível atual de exigência técnica e
> legislativa.
>
> Hoje, não só por essa razão mas por outras, como o tempo de
> permanência obrigatória de 2 anos na categoria 3, a mais baixa, sem
> possibilidade de emissão em estação própria, só é mesmo radioamador
> quem tiver genuíno interesse e souber. Legalmente, também ninguém
> pode permanecer mais de 5 anos nessa categoria de entrada,
> obrigatoriamente tem de fazer exame e ser aprovado para a categoria
> 2 ou deixa pura e simplesmente  de ser radioamador. O reverso da
> medalha é a queda do numero de novos candidatos a radioamadores.
>
> Em França, a administração optou inicialmente por uma solução
> diferente da generalidade de outros países que adotaram as
> recomendações da Conference of European Postal and
> Telecommunications Administration (CEPT) em relação ao exame de
> aptidão de morse. Neste caso, os franceses mantiveram o exame de
> morse para a categoria 1, no entanto, ao nível de potencia e bandas,
> a única diferença para a categoria 2 está nos segmentos autorizados;
> quem fizer o exame de aptidão para telegrafia pode operar nos
> segmentos reservados Unicamente a esse modo, os outros não.
> Basicamente, só faz exame de telegrafia quem quiser mesmo operar
> nesse modo.
>
> Na minha opinião, uma das coisas importantes que o Brasil e os seus
> radioamadores deveriam apostar era na sua entrada como pais
> associado às recomendações CEPT, evitando assim que os seus
> radioamadores quando viajam para o estrangeiro estejam dependentes
> das autorizações previas e interna de cada pais ou de acordos de
> reciprocidade, como no caso do existente com Portugal.
>
> Nos países CEPT e associados, basta terem a sua licença nacional
> correspondente á classe 2 ou 1,  para poderem operar legalmente em
> qualquer um deles sem que seja necessária outra qualquer
> autorização.
>
>
> João Costa (CT1FBF)
>
> (Araucaria) Tema Polêmico PY2ZX py2zx.ham em gmail.com Terça Maio 28
> 10:58:48 BRT 2013 ________________________________________ João,
>
> O seu "definitivamente" é relativo, baseado numa generalização do que
> acontece em Portugal ou Europa.
>
> Aqui no Brasil, onde a realidade do analfabetismo funcional é
> significativo, infelizmente são pelas exigências que as pessoas de
> fato aprendem algo de fora de suas rotinas.
>
> Pude testemunhar radioamadores que tinham aversão e medo ao CW, até
> de fato aprenderem o Código Morse (para subirem de classe) e hoje
> serem praticantes da modalidade.
>
> NUNCA conheceriam o CW se não fosse pela exigência.
>
> No Brasil não se coloca o fim da obrigatoriedade ao CW como um ganho
> qualitativo, com aumentos significativos nas outras notas de corte,
> inserção realmente aplicável de outras disciplinas, provas e
> quesitos, mas o que se objetiva é uma facilitação para acessar mais
> espectro com menos exigências.
>
> Por isso é preciso se pensar muito bem sobre o tema pois o nível
> médio educacional no Brasil é péssimo e o radioamadorismo deveria
> contribuir para reverter esta realidade, não para referendá-la.
>
> 73!
>
> Flávio PY2ZX



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