(Araucaria) Tema Polêmico
João Gonçalves Costa
joao.a.costa em ctt.pt
Terça Maio 28 15:39:48 BRT 2013
Prezado Flávio PY2ZX,
O meu "definitivamente" não é só baseado com o que aconteceu na Europa mas também em muitos países do Mundo.
Aqui em Portugal, também existiu um enorme alvoroço com o fim do exame de aptidão de cw , em que vários colegas tinham exatamente a sua opinião e temiam a anarquia.
A nova legislação aboliu o exame de morse, mas no entanto, aumentou em muito a exigência técnica e cientifica do novo candidato. Para a categoria 1, a mais elevada, as matérias estão ao nível das lecionadas em licenciaturas universitárias. Pode verificar no anexo 1 da descrição detalhada das matérias de exames de aptidão para as categorias de amador 1, 2 e 3 neste momento vigentes em Portugal: http://goo.gl/4hb4T
Convido todos os colegas brasileiros a verificarem por si, o nível atual de exigência técnica e legislativa.
Hoje, não só por essa razão mas por outras, como o tempo de permanência obrigatória de 2 anos na categoria 3, a mais baixa, sem possibilidade de emissão em estação própria, só é mesmo radioamador quem tiver genuíno interesse e souber. Legalmente, também ninguém pode permanecer mais de 5 anos nessa categoria de entrada, obrigatoriamente tem de fazer exame e ser aprovado para a categoria 2 ou deixa pura e simplesmente de ser radioamador.
O reverso da medalha é a queda do numero de novos candidatos a radioamadores.
Em França, a administração optou inicialmente por uma solução diferente da generalidade de outros países que adotaram as recomendações da Conference of European Postal and Telecommunications Administration (CEPT) em relação ao exame de aptidão de morse. Neste caso, os franceses mantiveram o exame de morse para a categoria 1, no entanto, ao nível de potencia e bandas, a única diferença para a categoria 2 está nos segmentos autorizados; quem fizer o exame de aptidão para telegrafia pode operar nos segmentos reservados Unicamente a esse modo, os outros não. Basicamente, só faz exame de telegrafia quem quiser mesmo operar nesse modo.
Na minha opinião, uma das coisas importantes que o Brasil e os seus radioamadores deveriam apostar era na sua entrada como pais associado às recomendações CEPT, evitando assim que os seus radioamadores quando viajam para o estrangeiro estejam dependentes das autorizações previas e interna de cada pais ou de acordos de reciprocidade, como no caso do existente com Portugal.
Nos países CEPT e associados, basta terem a sua licença nacional correspondente á classe 2 ou 1, para poderem operar legalmente em qualquer um deles sem que seja necessária outra qualquer autorização.
João Costa (CT1FBF)
(Araucaria) Tema Polêmico
PY2ZX py2zx.ham em gmail.com
Terça Maio 28 10:58:48 BRT 2013
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João,
O seu "definitivamente" é relativo, baseado numa generalização do que
acontece em Portugal ou Europa.
Aqui no Brasil, onde a realidade do analfabetismo funcional é
significativo, infelizmente são pelas exigências que as pessoas de fato
aprendem algo de fora de suas rotinas.
Pude testemunhar radioamadores que tinham aversão e medo ao CW, até de
fato aprenderem o Código Morse (para subirem de classe) e hoje serem
praticantes da modalidade.
NUNCA conheceriam o CW se não fosse pela exigência.
No Brasil não se coloca o fim da obrigatoriedade ao CW como um ganho
qualitativo, com aumentos significativos nas outras notas de corte,
inserção realmente aplicável de outras disciplinas, provas e quesitos,
mas o que se objetiva é uma facilitação para acessar mais espectro com
menos exigências.
Por isso é preciso se pensar muito bem sobre o tema pois o nível médio
educacional no Brasil é péssimo e o radioamadorismo deveria contribuir
para reverter esta realidade, não para referendá-la.
73!
Flávio PY2ZX
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