(Araucaria) Resumo da Expedição SA-045
PY2IU Sasso
py2iu em hotmail.com
Quinta Setembro 1 20:47:25 BRT 2011
Olá Fred e Luciano, parabens pela expedição, pela riqueza de detalhes que nos presentearam neste email e muito obrigado pelos contatos.
Grande abraço
Sasso - PY2IU
Date: Thu, 1 Sep 2011 15:15:21 -0300
From: pt7wa em globo.com
To: araucaria em araucariadx.com
Subject: (Araucaria) Resumo da Expedição SA-045
Resumo da atividade na ReBio
Parazinho, em Bailique (AP)
Fotos neste link https://picasaweb.google.com/106875652602910486464/BailiqueSA045?authuser=0&feat=directlink
Logs on line : www.qrz.com/db/pq8xb
e www.qrz.com/db/pq8op
Chegamos em Macapá no dia 14/08,
domingo, à tarde. No aeroporto nos esperavam amigos
(.·.) que nos levaram até o hotel.
No dia 15, logo pela manhã, fomos
recolher as autorizações e informações finais na
Secretaria do Meio Ambiente do Amapá (SEMA) e fazer
uma visita à Capitania dos Portos, pois a Marinha do
Brasil tem sido grande parceira quando solicitada.
Após o almoço tivemos uma entrevista com o gerente
da Anatel no Amapá, esclarecendo detalhes sobre a
expedição e solicitando apoio ao radioamadorismo no
Estado.
Na terça-feira, dia 16,
providenciamos a compra de redes, mosquiteiros,
mantimentos, bateria e combustível e no final da
tarde partimos para a Vila Progresso a bordo do
barco Rey Bendito. Doze horas depois, madrugada do
dia 17, estávamos na Vila Progresso, uma das
comunidades do arquipélago. Primeira zebra: devido
às precárias condições de comunicação não
conseguiram avisar de nossa chegada. Dois
funcionários da SEMA estavam na Reserva
incomunicáveis e o terceiro, que deveria estar nos
esperando, estava em outro local.
Perdemos a maré da manha. Fizemos
compras adicionais, arrumamos duas mesas emprestadas
com a comunidade e almoçamos de favor na casa de um
senhor. Não há restaurantes lá. Alguns botecos fazem
algo para comer apenas a noite.
Fomos atrás de uma voadeira e de
alguém que nos levasse à reserva, pois se
perdêssemos a maré da tarde, já era.
Não há lugar para dormir na Vila.
Azar total, voadeiras quebradas, fora da vila, etc.
Com a maré próxima do maximo, encontramos uma pessoa
que nos prontificou a levar, mediante pagamento do
combustível e óleo para o motor dois tempos.
Ai o funcionário da SEMA apareceu e
os dois que estavam na reserva chegaram. Enchemos as
duas voadeiras com uns 250 kg de material e
combustível e partimos. 40 minutos depois chegamos
com a maré ainda alta, sem o que a voadeira não
entra no igarapé que dá acesso a casa da SEMA.
Já eram 15:30 horas. Corremos.
Montamos a Zeppelin com um dos lados pendurado no
farol da marinha (35 metros de altura). Descida com
43 metros de linha aberta e ballun 4:1 na base.
Montamos a estação principal com amplificador de
400W e acoplador automático que deveria aquentar
600W. Tarde acabando, fizemos o primeiro qso com DL
em 20m CW. No segundo QSO, a segunda Zebra, o
acoplador explodiu – este é o termo. Ocorreu que um
dos toróides evaporou-se. Continuamos a operar com
100W
Estreamos as redes e os
mosqueteiros na primeira noite na ilha. Um
verdadeiro zoológico de insetos voadores e
rastejantes, incluindo aranhas enormes.
No dia seguinte, a
terceira Zebra. Montamos rapidamente a
vertical 40-6m da SteppIR, na clareira atrás da
casa. O motor girava, mas a
fita não subia. Descemos a antena abrimos a caixa do
motor e verificamos que a fita afrouxou no carretel.
Tentamos arrumar a maldita fita a
manhã toda, em vão.
Creditamos esse
problema ao transporte e faremos contato com a
SteppIR para ver como se soluciona, para evitar a
repetição em ocasião futura.
No dia seguinte – já na
sexta-feira- transformamos a SteppIR em uma vertical
full size para 40m, através da sustentação de um fio
no tubo de fibra. A antena rendeu muito bem em 40 e
15m. Na 6ª feira tínhamos duas
estações funcionado.
A solução para o acoplador foi
abri-lo, limpar o pó do toróide explodido. Ele
voltou a funcionar. Os toroides esquentavam muito e
aparentemente há um problema de qualidade com os
mesmos. Sem a indutância referente ao toróide
explodido a capacidade de acoplamento diminuiu. Ele
acoplava mal em 20m, por exemplo, e era
uma penitência ajustá-lo manualmente. Abaixamos um
pouco o regime do linear e funcionamos com os
toroides esquentando e exalando mau cheiro.
Bem, o que deu errado não pode
eclipsar o que deu certo. Nosso maior receio era
energia. Felizmente o gerador a Diesel marca Frank –
Frankenstein – composto de um motor marítimo
acoplado a um gerador de 4KVA funcionou
impecavelmente. Funcionou 16 horas por dia em média
durante sete dias e consumiu apenas 80 litros de
Diesel.
As pessoas que nos acompanharam na
reserva nos ajudaram muito e foram uma família
durante a semana que passamos lá. Na subida ao farol
nos deparamos com uma cobra, que morava em seu
interior; a picada passou perto.
Alem de duas picadas de marimbondo,
muito doídas, nem um dos expedicionários teve
qualquer problema de saúde.
A propagação estava muito ruim nos
4-5 primeiros dias de operação. Melhorou um pouco no
final, mas não o suficiente para permitir QSO em
10m. Fizemos QSO de 12 a 40m. Foram mais de 7.600
contatos. O Orlando (PQ8OP) se
empenhou em SSB e o Fred (PQ8XB) em CW, com algumas
incursões em fonia. Não fizemos digitais com receio
de exigir ainda mais do acoplador que já esquentava
em modo intermitente.
A maioria dos QSO foi realizada da
estação com o linear, na qualnos revezávamos
continuamente. É incontestável que o
amplificador ajudou muito nesses momentos de vacas
magras de propagação.
Fizemos QRT no inicio da madrugada
do dia 25/08. Embalamos o material e no dia seguinte
apenas desmontamos a Zeppelin pendurada no farol.
Enchemos uma voadeira e
partimos as 08h20minh da manha para a Vila
Progresso. Graças a Deus o mar estava
calmo, mas mesmo assim fomos devagar devido ao
excesso de peso.
Na vila Progresso, um dos
nossos anfitriões da reserva nos convidou para
almoçar em sua casa.
Atrasamos alguns minutos e o nosso
barco, com uma pontualidade de fazer inveja a
inglês, já havia zarpado.
Entramos numa canoa motorizada e
conseguimos alcançar o barco em outro
trapiche mais a frente.
Voltamos para Macapá em uma outra
embarcação, o barco Pasco Nunes, que fez a viagem de
volta em 14 horas. Chegamos em Macapá às duas horas
da manha do dia 26/08.
No hotel em Macapá nos deliciamos
com banho quente, ar condicionado e comida
diversificada.
Infelizmente nossa operação no
forte São José não aconteceu, pois a autorização não
saiu.
Passamos dois dias em Macapá
confraternizando com os novos amigos que fizemos,
entre eles alguns poucos PQ8 que lá residem.
Tentamos dar um banho de animo neles para que sejam
mais ativos.
No domingo, dia 28,
retornamos para nossas casas.
Agradecemos a todos os que
nos ajudaram.
O Brasil é um colosso de país. Há
tanta diversidade, beleza e gentileza do seu povo
que às vezes nem damos conta.
Esta experiência foi fascinante e
seguramente foi a expedição no lugar mais remoto e
incomunicável que jamais estivemos.
Fred (PY2XB) e Orlando (PQ8OP)
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