(Araucaria) Clandestinos na QRG - Um perigo ao radioamadorismo brasileiro.
Lauro Augusto de Castro Júnior
lauroacjr em gmail.com
Quinta Março 4 10:26:09 BRT 2010
Apoiado Alisson!
Eu concordo plenamente contigo. Enquanto muitos radioamadores não
podem usar QRG em todas as faixas, os clandestinos podem. Eu a pouco
tempo era classe C, não podia fazer SSB nos 40 metros, mas os
clandestinos e caminhoneiros (tb clandestinos) podem, afinal, já estão
a margem da lei mesmo...
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Lauro - PY1CJ
Em 04/03/10, Alisson PU5AAD<pu5aad em radioamador.com> escreveu:
> Hoje a tarde tive uma grande surpresa acompanhada de decepção e um
> sentimento de mau presságio com relação ao futuro do radioamadorismo no
> Brasil.
>
> Como ando aproveitando bem a propagação fantástica que estamos tendo, em
> especial nas bandas de 10, 12 e 15, não raramente de deparei com
> clandestinos operando de 28000 a 28350, algumas vezes atrapalhando a
> recepção de estações de outros países e até outros continentes. Porém minha
> surpresa maior foi hoje ao me preparar para fazer uma chamada em RTTY na
> banda de 12 metros, em 24920 USB. Ouvi borbulho que deixavam claro ser de
> fonia. Passei para LSB e fui adiantando o dial do rádio até chegar em 24925,
> e para meu espanto lá estavam dois clandestinos falando tranquilamente numa
> freqüência destinada a outro serviço e outra modalidade. Inocentemente
> entrei na conversa e pedi a gentileza que deixassem a QRG pois estavam
> atrapalhando outros tipos de comunicação; adivinhem o resultado!. Só faltou
> os caras xingarem minha bisavó. Como sou um menino muito calmo e tranqüilo o
> resultado não poderia ser outro, bate boca dos brabos. Quando vi que aquilo
> não ia resolver nada mudei de plano; CQDX em CW em cima dos caras. Com 10
> minutos de CQ eles sumiram de lá. Relatei esse episódio a um amigo meu e ele
> me disse com a maior naturalidade; Cara, você tem que ver na banda de 30
> metros. Não acreditei quando ouvi isso, e hoje no começo da noite varri de
> 10000 a 11000 e pude contar 16 estações piratas operando nessa faixa. Como
> sou classe C não fiz nada ali, pois essa banda se não me engano é exclusiva
> para classe A. Depois fiz outra varredura na banda em busca de estações
> licenciadas, e ouvi apenas um CQ em 10.105, ou seja, achei mais (e muito
> mais) clandestinos que radioamadores. Esse episódio me deixou profundamente
> triste e reflexivo até esse momento. Creio que pelo simples fato das bandas
> de 12 e 30 serem pouco habitadas esse problema está acontecendo e crescendo
> o número de ilegais na QRG, mas qual seria o problema da falta de
> movimentação nas bandas? Propagação não é, pois em 12 está surgindo muitas
> estações inclusive japonesas aqui para nós com sinais incríveis, e em 30
> ouvi uma CQ de uma estação do Caribe. O mais lamentável disso tudo é que os
> clandestinos são brasileiros, e de uma forma isso acaba manchando nossa
> imagem no exterior e no mundo do radioamadorismo. Não seria hora da LABRE se
> unir de verdade, com propósitos REAIS a ANATEL para buscarem uma solução
> para isso? Infelizmente a LABRE não vem servindo de outra coisa a não ser de
> BURO de cartões. Pelo menos é essa a imagem que ela vem passando nesses três
> anos que sou radioamador e venho observando. Se estou enganado e mal
> informado, me perdoem.
>
> De uma coisa tenho certeza absoluta, se nada for feito para o incentivo ao
> povoamento dessas bandas, daqui a 50 anos não haverá 20% dos radioamadores
> que existem hoje.
>
> Estive conversando com o Ivan EA1HLO nesses dias pelo Messenger e ele disse
> que na Espanha esse problema foi solucionado com a eliminação das classes.
> Criaram uma única classe e todos puderam operar livremente por todas as
> bandas, respeitando a legislação e um código de ética, lógico. Seria querem
> demais implantar isso aqui no Brasil, onde a maioria é completamente contra
> isso por várias razões (que não passam de desculpas esfarrapadas dadas pelo
> ego). Creio que bastaria liberar ao menos para os classe B a banda de 30
> metros para fazer um teste, observar se aumenta o número de radioamadores
> por lá. Vejam que esse problema se dá justamente no segmento da banda
> destinada a telegrafia e modos digitais, tanto em 10, 12 como em 30. Se não
> ousarem fazer essas experiências e se persistirem na elitização de algumas
> bandas, podem escrever, o radioamadorismo vai morrer no Brasil. Quem viver
> verá.
>
> TKS
>
> PU5AAD - Alisson Raniere Berkenbrock.
>
> Imbituba - SC.
>
--
Lauro Augusto de Castro Júnior
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