(Araucaria) Tema polêmico e SWL report from Sweden
PY1NB - Felipe Ceglia
felipeceglia2 em gmail.com
Sexta Maio 31 18:45:47 BRT 2013
Oi Leo,
Um excelente ambiente para a troca de informações sobre radioamadorismo é a
internet. Muitas vezes acabamos subutilizando esse importante instrumento.
Com facilidade podemos organizar seminários, palestras e reunir várias
pessoas interessadas em determinado tema ou assunto.
As listas de discussão nos põem em contato sem precisarmos estar conectados
ao mesmo tempo, e ainda costumam ter seu conteudo indexado pelo google, o
que acaba em muitos casos servindo para referencia futura. Quantas vezes
pesquiso algum assunto e invariavelmente caio nos arquivos das listas
towertalk-l, topband-l, riodxgroup ou araucaria...
O projeto da rede de beacons reversos, por exemplo é tocado por dois
americanos, um brasileiro e um grego morando na França. Isso até poucos
anos atrás seria praticamente inviável.
73,
Felipe - PY1NB
(praticamente pendurado na internet 24/7 hihi)
Felipe Ceglia - PY1NB
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PR1T team member /// Rio DX Group member /// Araucaria DX Group member
http://dxwatch.com /// http://reversebeacon.net /// http://riodxgroup.com
2013/5/31 Leonardo <pp1cz em terra.com.br>
>
> Bom dia Flávio e amigos.
> Ainda dentro deste tema que tanto mexe com as várias correntes de opinião,
> acabei formando, com os anos de observação do radioamadorismo e,
> principalmente por habitar um Estado em que poucos são os radioamadores
> ativos, e menos ainda aqueles que, a meu exemplo, gostam de DX; um
> pensamento que talvez esteja equivocado, mas que me dou o direito de
> continuar pensando assim.
>
> A meu ver, o que aprimorará os radioamadores brasileiros não serão as
> exigências nas provas. Também facilitá-las no acesso ao Serviço de
> Radioamador, ou na mudança de Classes, nada trará de benefícios à nossa
> atividade. Seria nivelar por baixo, aí perdemos todos.
>
> O aprimoramento em todas as atividades, seja no radioamadorismo, seja na
> vida profissional, é o querer individual.
> Bom, mas não basta querer.
> O radioamador tem que encontrar terreno fértil, para fazer germinar esta
> semente.
> E como criar este ambiente em que haja o aprimoramento de nossa classe?
> Somente com a união, o fomento e a troca de informações.
>
> Estes ambientes são conseguidos quando há uma reunião de um punhado de
> radioamadores em torno de uma disciplina de gosto comum.
>
> A Fenarcom é um exemplo.
> Os clubes ativos, outro.
>
> Os Encontros do Araucária DX Group, se me permitem, é o exemplo mais bem
> acabado de como se fomentar uma atividade que é, se não o sustentáculo do
> radioamadorismo, ao menos uma das mais importantes, que é o DX e o
> radioamadorismo de competição.
>
> No ano de 2011 tive o prazer de estar neste Encontro, exemplarmente
> organizado pelos nossos irmãos gaúchos, em Porto Alegre.
> Lá, no Encontro do Araucária ocorreu o CTU - Contest University.
> Tivemos oportunidade de receber alguns das maiores autoridades do mundo em
> Contestes (que acaba também beneficiando o DX e mesmo qualquer modalidade
> de
> contato).
> Nas palestras, ministradas por alguns dos melhores contesteiros do mundo,
> pudemos aprender desde a ergonomia de uma estação, até o planejamento, o
> pré
> Conteste, o pós Conteste, as dicas importantes de horários de propagação,
> antenas, e uma infinidade de informações que quem pôde estar presente saiu
> de lá mais conhecedor (e cheio de ideias e ideais, o que é excelente).
>
> Hoje temos entre nós vários campeões mundiais em Contestes internacionais,
> e
> somos detentores de alguns recordes mundiais em pontuação.
> Como conseguimos isto?
> Será que foi através da iniciativa isolada de um radioamador ou com a soma
> das experiências, muita doação de si e de valores em cifras, para que
> alcançassemos este estágio?
>
> A Fenarcom, que ainda não tive o prazer de conhecer, e que já faz parte do
> calendário do radioamadorismo brasileiro, será uma grande alavanca em nossa
> atividade.
>
> Somente quando juntamos os radioamadores interessados em determinado
> assunto, é que podemos trocar experiências, informações, que aprenderemos,
> e
> poderemos crescer.
>
> Não podemos nivelar nossas provas para criar facilitadores e ver deteriorar
> o nível dos radioamadores, tampouco exigir barreiras que sejam
> intransponíveis àqueles que já conhecem bastante de nossa atividade para
> figurar em Classes mais avançadas, mas continuo pensando que somente da
> união de interesses comuns, da troca de experiência, dos cursos e encontros
> em que possamos debater os mais diversos assuntos de nosso hobby e o
> aprimoramento de nossos pares, é que teremos a evolução do radioamadorismo
> brasileiro.
> Tiro este meu pensamento não apenas do que já presenciei nestes anos de
> radioamadorismo, por experiências próprias, mas principalmente por observar
> o que ocorre nos Países em que o radioamadorismo já alcançou níveis muito
> superiores ao nosso.
>
> Derivando de movimentos voluntários, da vontade de estar juntos, de
> aprender, de empreender, é que seguiremos melhorando.
>
> Como cidadão, me indigno a cada dia com o sistema de cotas que esta triste
> história recente de nosso País nos impinge a todos, uma linda raça
> miscigenada, um caleidoscópio de cores, de pensamentos e de gostos, e que
> acaba por nos separar pela cor ou pelo poder aquisitivo, criando castas
> quando deveria criar inclusão de forma mais abrangente e inteligente, e não
> sendo um pseudo Robin Hood socialista às avessas.
> Esta atual sanha de facilitação no radioamadorismo me assusta, francamente.
>
> Devagar com o andor que o Santo é de barro!
>
> 73 de PP1CZ - Leo.
>
>
> -----Mensagem original-----
> De: araucaria-bounces em araucariadx.com
> [mailto:araucaria-bounces em araucariadx.com] Em nome de PY2ZX
> Enviada em: quinta-feira, 30 de maio de 2013 15:04
> Para: Grupo Araucaria de Radioamadorismo
> Cc: João Gonçalves Costa; Lista QRP-BR
> Assunto: Re: (Araucaria) Tema polêmico e SWL report from Sweden
>
> Olá Leonardo,
>
> A questão não deveria ser criar facilidades ou dificuldades, mas como
> procurar melhorar a qualidade do radioamadorismo diante de um contexto
> nacional de péssima instrução básica, reforçando os princípios que
> distinguem o radioamadorismo de outros serviços.
>
> Interessante que estes conceitos já foram balizados, embora em linhas
> gerais. Na nossa própria Resolução 449 há o preâmbulo que segue as
> orientações da UIT:
>
> "O Serviço de Radioamador é o serviço de telecomunicações de interesse
> restrito, destinado ao treinamento próprio, intercomunicação e
> investigações técnicas, levadas a efeito por amadores, devidamente
> autorizados, interessados na radiotécnica unicamente a título pessoal e
> que não visem qualquer objetivo pecuniário ou comercial"
>
> Destaque ao "investigações técnicas" e "radiotécnica", característica
> fundamental do radioamadorismo.
>
> Conforme bem lembrou o Edson PY2SDR, a UIT recomendou temas a serem
> exigidos em prova teórica para os radioamadores na ITU-R M.1544.
>
> Conforme o João CT1FBF elencou, países com quesitos de ingresso e
> promoção semelhantes podem até mesmo obter reconhecimento mútuo de
> licenças com todos os países da CEPT.
>
> O ideal seria a LABRE, no momento que houver a revisão de norma, tivesse
> um grupo (voluntários?) que pesquisasse como ocorrem as provas em
> diversos países, quais são as disciplinas, as perguntas, quais as notas
> de corte, como e quem aplica as provas, quem paga o deslocamento de
> examinadores, se há convênios entre as administrações nacionais e as
> ligas, se há publicações para estudos, cursos, etc.
>
> Essas deveriam ser as nossas referências, e não apenas se retirar um
> quesito baseado em premissas questionáveis, sem objetivar a melhoria na
> qualidade do radioamadorismo.
>
> E que e-mail SENSACIONAL este do Ullmar!!! HI! 73!
>
> Flávio PY2ZX
> --
>
> Boa noite amigos.
>
> Tenho lido durantes estes últimos três dias a respeito das considerações
> sobre a reivindicação da Labre/RJ da eliminação da exigência de prática
> de CW nas provas para radioamadores brasileiros.
>
> Me repito: sou a favor que se retire esta prova de acesso.
>
> Acho uma exigência que obstacula muitos radioamadores que, sabidamente,
> são expert em vários aspectos de nossa atividade, mas que não conseguem
> por motivos particulares, e respeitáveis, de cada um, aprender CW.
>
> Apenas estranhei a forma como os representantes da Labre/RJ abordam o
> tema, a as justificativas infundadas para fazê-lo.
>
> Não vejo a retirada do exame de CW como mais um facilitador de pessoas
> imediatistas e que hoje em nosso País querem o peixe, e não aprender à
> pescá-lo (como deveria ensinar-lhes o Governo).
>
> Por outro lado, vejo com reservas se as provas de radioeletricidade
> forem mais severas.
>
> Hoje a maioria dos equipamentos prontos, de transceptores à antenas, são
> facilmente encontrados.
>
> A enorme facilidade de encontrar, comprar e receber em casa estes
> equipamentos, cria menor demanda de conhecimento deste tema (assim penso).
>
> Temo que o arrocho nas provas de radioeletricidade crie, aí sim, uma
> barreira para aqueles que não possuem esta destreza.
>
> Acho francamente que um médico, advogado, auxiliar administrativo, ou
> qualquer profissão que nenhuma relação tenha com um ferro de solda, um
> resistor ou um transistor, encontre grande dificuldade em aprender esta
> disciplina, ainda mais se ele se a prova se tornar mais severa.
>
> Embora seja a favor da extinção das provas de CW, quase afirmo que será
> mais fácil um profissional que não um técnico em elétrica ou eletrônica,
> aprender CW do que radioeletricidade, seja pelos cálculos que tenha que
> fazer, seja pelo vasto conhecimento em outra disciplina que não a que se
> milita, ou mesmo pelo fato de CW ser uma matéria estanque, enquanto
> Radioeletricidade ter material quase inesgotável, tamanhas evoluções que
> vemos a cada dia.
>
> Criar uma facilidade e uma dificuldade em seguida não será mais do mesmo?
>
> Não acho que devamos nivelar por baixo o radioamadorismo, tampouco
> elitizá-lo, mas sim cercarmo-nos de cuidados ante uma decisão que
> influirá definitiva e profundamente em nossa classe.
>
> Mudando de assunto contudo ainda dentro do tema em tela, tomo a
> liberdade de repassar aos amigos, um e-mail que troquei ontem e hoje com
> um amigo Radioescuta da Suécia (terra do nosso amigo Thomas), o Ullmar,
> em que ele relata que gosta de escutar CW de vários radioamadores de
> Países diferentes, de cadências diferentes, e com diferentes manipuladores.
>
> Vejam que bacana o que me diz o Ullmar sobre estas questões.
>
> Tamanho é seu conhecimento, que consegue se deliciar com as diferenças
> na forma de manipulação de cada cultura.
>
> Até nisto há diferenças entre as nacionalidades, o que é um exemplo
> maravilhoso da pluralidade que temos no mundo.
>
> Que grande sujeito deve ser o Ullmar.
>
> O e-mail do Ullmar é um grande incentivo para que as pessoas se
> interessem por aprender CW. Vejam o que podem estar perdendo.
>
> 73 from PP1CZ - Leo.
>
> De: Ullmar Qvick [mailto:veriori2000 em yahoo.se]
> Enviada em: quarta-feira, 29 de maio de 2013 08:18
> Para: Leonardo
> Assunto: SV: RES: SWL report from Sweden
>
> My dear Leo:
> This is just to thank you for taking time to write this very nice reply
> to my SWL report. I am happy and feel honoured that also many very
> active radio amateurs write to me, sometimes there is something about
> antennas, propagation or other specific matters, but often also a
> personal greeting.
>
> No problem that the QSL matter will take time, I know about the
> situation in Brazil. Very good of you to send out to different QSL
> bureaus, but of course a lot of extra work on your side.
>
> Leo, I remember the old days, back in the 1960'ies when I was listening
> to Medium Wave broadcasting stations instead of amateur radio. I heard
> many Brazilian stations, and I got some excellent QSLs which are still
> in my collection. The best one no doubt was a daytime 250 watt station,
> Radio Iracema de Iguatú, which was surely identified only with a big US
> handbook, and which was operating on extended schedule that night due to
> a football match. I got some good details and my report was confirmed,
> the first ever received from Europe. The Director wrote: "When we
> announced having received your report in a transmission, many people
> came to our station to see the letter, believing it was a joke! In fact
> reception is not too good in the outskirts of Iguatú..."
> This is in fact a valued QSL for an extraordinary reception.
> But these days my only passion in radio is CW on the ham bands. CW is a
> language of its own, I never get tired of hearing the different styles,
> the straight keys, the Vibroplex bugs, the electronic keys of different
> types... I love to hear the individual differences, I can even see a
> national pattern in many cases: Russia with its energetic CW style,
> Germany with its correctness, Japan with fine behaviour in traffic....
> France often with a bohemic style, the British with a "leaning back"
> style, just like their handwriting etc. etc.
> This will be all, I just wanted to show you my appreciation. Muito,
> muito obrigado!
> Kind regards from Sweden on a rainy day of Spring.
> Ullmar, SM5-1252
>
>
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