(Araucaria) Fwd: Poluição eletromagnética

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Terça Novembro 11 16:08:44 BRST 2014


PSC... 73! Flávio PY2ZX
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POLUIÇÃO ELETROMAGNÉTICA EM DEBATE

Entidades discutiram os malefícios das interferências e como combatê-las

Foto: Palestrantes do Seminário de Defesa Espectral

No dia 19 de outubro de 2014 aconteceu na cidade de Guararema, Grande
São Paulo, o “Seminário de Defesa Espectral: Rádio Interferências e
Compatibilidade Eletromagnética” parte da programação da 1a. Convenção
Nacional de Radioamadorismo, promovida pela LABRE-SP. Representantes da
sociedade, laboratórios e governo discutiram a poluição eletromagnética
no país.

Segundo os especialistas, a Brasil precisa avançar na observância dos
quesitos de qualidade para produtos eletroeletrônicos, especialmente nos
critérios de “compatibilidade eletromagnética” (conhecido pela sigla
EMC, Electromagnetic Compatibility). Desta maneira, os produtos
eletroeletrônicos comercializados ou produzidos no Brasil, mesmo que não
sejam destinados às comunicações, têm aumentado o potencial de emitir
ondas de rádio acima do esperado, provocando problemas de interferências
nos vários serviços de telecomunicações e mal funcionamento de
equipamentos inclusive residenciais.

Foto: João Saad Júnior (LABRE/GDE)

Para João Saad Júnior (PY1DPU), representante da LABRE/GDE, a falta de
avaliação de EMC deprecia a qualidade do produto eletrônico brasileiro e
expõe os consumidores a produtos importados de procedência duvidosa,
tornando o mercado nacional um depósito de equipamentos renegados em
outros países, onde os respectivos governos exigem melhores padrões
técnicos.

Foto: Victor Vellano Neto (CPqD/Cobei)

Victor Vellano Neto, membro da Cobei/ABNT, explicou que existe um
conjunto de normas técnicas internacionais de EMC bem atualizadas e
consolidadas à disposição de todos os países. As normas visam o
“controle do espectro radioelétrico, a imunidade às perturbações do
ambiente e a compatibilidade com outros sistemas”.

Algumas destas regulamentações são traduzidas e convertidas em normas
NBR ABNT, mas sua aplicação compulsória na indústria e comércio depende
do Inmetro ou do poder executivo, o que tem sido feito de maneira lenta
e setorial.

Segundo Flávio Archangelo (PY2ZX), também da LABRE/GDE, as
interferências provindas desses produtos não afligem apenas os
radioamadores, são tão sérias no Brasil que chegam a afetar
comunicações com formatos digitais avançados, como a rádio e TV digital,
recepção via satélite, comunicações aéreas e militares: “As
interferências são ruins para sociedade, prejudicam os serviços de
comunicação, depreciam indústria, levantam suspeitas no comércio e
contaminam o espectro eletromagnético, bem público a princípio regulado
pelo estado”.

Foto: Gilberto Villas Boas Magalhães (Inatel/Compmagnet)

Para Gilberto Villas Boas Magalhães, representante do Inatel, os
laboratórios brasileiros dispõem de infraestrutura capaz de atender as
principais demandas de EMC. A criação da Rede COMPMAGNET visa justamente
esta capacitação e conquista de infraestrutura para realização de
ensaios: “A rede é composta por laboratórios com diversas competências
de forma a facilitar o atendimento das demandas de serviços de
compatibilidade eletromagnética, com apoio da FINEP e do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação”.

Foto: Marcelo Carvalho (Inmetro)

O representante do Inmetro, Marcelo Carlos Afonso Carvalho, citou como
exemplo de um bom processo de normatização as certificações de produtos
eletromédicos, realizado em parceria com a Anvisa. Marcelo também
destacou a atuação institucional da LABRE/GDE em consultas públicas do
Inmetro, o que levou à incorporação das normas internacionais de EMC
para alguns produtos como as Lâmpadas LED e Televisores.

Foto: Haroldo Motta (Anatel)

No seminário, Haroldo Motta, representante da Anatel, tratou sobre o
processo de elaboração e aprovação de regulamentos na agência e sobre o
processo de certificação e homologação de equipamentos. Haroldo também
trouxe notícias sobre normas em desenvolvimento do interesse dos
radioamadores, como as revisões da Resolução 442 (Compatibilidade
Eletromagnética) e Resolução 452 (Frequências para Radioamador),
motivada pela LABRE/GDE para adequação das faixas brasileiras de HF, MF
e LF com a UIT Reg. 2.

Foto: Parte da plateia presente no seminário

Após a realização das palestras ocorreu um debate aberto em formato de
mesa redonda, com participação da plateia com perguntas sobre EMC e
fiscalização.

Entre as propostas foi sugerida parceria entre Inmetro e Anatel, em
moldes semelhantes ao da Anvisa e Inmetro, com a possível redação de
portarias e regulamentações conjuntas. Um exemplo citado de norma de
aplicação horizontal e abrangente, servindo de referência técnica
balizar, foi a Diretiva de EMC aplicada em todos países da Comunidade
Europeia. Outra manifestação no seminário buscou incentivar o retorno da
Anatel ao Comitê Brasileiro de Avaliação e Conformidade no Inmetro, onde
a agência também poderia atuar em defesa do espectro.

Foto: Palestrantes com diretores da LABRE Federal e LABRE/SP

A conclusão entre os presentes foi a necessidade dos novos produtos
eletroeletrônicos produzidos ou comercializados no Brasil, sejam
emissores intencionais ou não intencionais, atenderem a quesitos de EMC
para que a poluição eletromagnética seja reduzida, assim como ficou
patente a necessidade de se atacar os problemas das interferências
prejudiciais que comprometem o funcionamento dos serviços de comunicação.

O GDE já disponibilizou em sua biblioteca os slides das palestras.
Confira em: http://tinyurl.com/sde-app

GDE/LABRE, 10 de novembro de 2014
Com fotos da LABRE/SP
http://www.radioamadores.org/news/news-2014/news-2014-31.htm


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