(Araucaria) Fwd: (OT) Radioamadorismo e Cubesats
PY2ZX
py2zx.ham em gmail.com
Quarta Dezembro 24 01:36:40 BRST 2014
PSC e Feliz Natal. Flávio PY2ZX
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RADIOAMADORISMO E CUBESATS: EM BUSCA DA INTEGRAÇÃO
Foto: Protótipo do Satélite NanosatC-BR1
O uso de frequências do Serviço de Radioamador por satélites
educacionais da categoria cubesat com aplicações radioamadoras é
tendência mundial, uma vez que não existe no momento um segmento
espectral específico para os satélites educacionais.
A histórica relação entre universidades e organizações radioamadoras no
desenvolvimento tecnológico e educacional é um dos elementos que
contribuem para esta tendência.
No primeiro lançamento mundial de cubesats em 2003, dois deles foram
desenvolvidos por universidades japonesas em integração com a AMSAT
(Amateur Satellite Corporation): o CUTE-1 ou OSCAR-55 e Cubesat IX-IV ou
OSCAR-57 (OSCAR de Orbiting Satellite Carrying Amateur Radio).
Os próprios radioamadores configuram uma sociedade tecnológica pioneira
no campo satelital. Seu primeiro satélite, o OSCAR 1, foi lançado pelos
EUA apenas 4 anos após o Sputinik, em 1961. O primeiro satélite
brasileiro também foi radioamador, o Dove OSCAR-17, lançado em 1990.
Como consequência desta atividade coube à IARU, a União Internacional de
Radioamadorismo (International Amateur Radio Union), a coordenação
internacional de frequências utilizadas por satélites no espectro
destinado ao Serviço de Radioamador.
No entanto o recente aumento no número de projetos de cubesats que não
possuem envolvimento da comunidade radioamadora tem gerado preocupações
nas organizações radioamadoras e nas administrações de telecomunicações,
especialmente nos aspectos legais de operação e ocupação espectral com
descaracterização da natureza do serviço.
Visando mitigar os problemas e reduzir o risco do uso indevido das
frequências, a IARU e a AMSAT estimularam a integração entre as
organizações de representação dos radioamadores e as unidades de ensino
e pesquisa.
A expectativa é que as operações sigam as normas de comunicações de cada
país e as premissas da IARU, assim como exista maior divulgação dos
projetos para a comunidade e missões satelitais com aplicações
radioamadoras.
Como questões de gestão espectral envolvem o GDE (grupo de Gestão e
Defesa Espectral da LABRE), o grupo criou em maio de 2014 uma lista de
discussão na Internet chamada edusats-br. Nela integrantes dos vários
projetos de satélites brasileiros começaram pela primeira vez a
interagir com os radioamadores, entender as demandas mútuas e trabalhar
pela esperada integração. A coordenação do segmento de satélites pelo
GDE coube a Edson Pereira, PY2SDR.
A interação não ficou apenas no aspecto virtual. No primeiro semestre de
2014 o grupo realizou reuniões e visitas ao ITA, INPE e Colégio Embraer
abordando o tema radioamadorismo espacial, tecnologia e educação. No
segundo semestre um seminário foi realizado na Convenção Nacional de
Radioamadorismo (organizado pela LABRE/SP), contanto com a presença de
vários projetistas de satélites, estudantes, professores e radioamadores.
Os primeiros sinais de parceria operacional
Em junho de 2014 o INPE e a UFSM lançaram o NanosatC-BR1, um cubesat 1U
(10x10x10cm) com missão científica e educacional. O lançamento foi
anunciado na lista edusats-br e os radioamadores brasileiros foram os
primeiros a receber os sinais de telemetria em CW transmitidos pelo
satélite na primeira órbita sobre o território nacional.
A recepção dos primeiros sinais foi de grande valor para a missão, uma
vez que pelos dados de telemetria fornecidos pelos radioamadores, os
engenheiros do INPE puderam confirmar o primeiro estado de saúde do
cubesat, o que posteriormente possibilitou comandá-lo para o modo
nominal de operação, transmitindo dados das cargas úteis científicas.
Os coordenadores do projeto NanosatC-BR1 agradeceram publicamente os
radioamadores pelo auxílio, além de ter sido uma ótima oportunidade de
divulgação do próprio projeto para a comunidade de radioamadores: “Eles
estão vibrando com o projeto que é o primeiro satélite brasileiro que
pode ser rastreado por eles na frequência em que atuam. São muito
experientes rastreando satélites radioamadores internacionais e estão
vibrando com esta oportunidade de rastrear e contribuir para a segurança
de um satélite brasileiro. E nós mais ainda com este apoio. Já são
praticamente parte da equipe tal a interação que temos tido" (Dr. Otávio
Durão (INPE) em nota ao excelente blog Brazilian Space).
As primeiras aplicações em radiocomunicações
A LABRE/GDE durante o ano de 2014 também se aproximou de dois outros
interessantes projetos: o AESP-14, cubesat de 1U desenvolvido por alunos
do ITA com missão de testar no espaço uma estrutura de cubesat
integralmente desenvolvida no Brasil; e o ITASAT-1, um cubesat de 6U com
missão científica e educacional.
Estes cubesats, com lançamentos previstos para 2015, incluirão missões
radioamadoras. O AESP-14 transmitirá sequências aleatórias de textos
predefinidos para recepção das estações radioamadoras. O ITASAT-1
possuirá um transponder digital por armazenamento (store-and-forward)
desenvolvido por radioamadores brasileiros que permitirá comunicação via
satélite usando mensagens curtas de texto entre estações radioamadoras
ao redor do planeta. Maiores informações serão difundidas no transcorrer
dos projetos.
GDE/LABRE, 23 de dezembro de 2014.
Com apoio de Edson Pereira, PY2SDR.
http://www.radioamadores.org/news/news-2014/news-2014-41.htm
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