(Araucaria) Tema polêmico, SWL report from Sweden e

Marcelo Cabral - PY1KR py1kr.marcelo em gmail.com
Sexta Maio 31 14:40:06 BRT 2013


Eu conheço o radioamadorismo desde que era moleque, através do meu pai. Até
1997 quando me casei e fui morar com a minha esposa em outra região ouvia
os papos de rádio VHF, CB e 10 metros todo dia ainda que não me
interessasse (a estação ficava na sala de casa - hihihi).

Sei que diminiu e muito o número de estações ativas, mas a vinda do
Telefone celular, da Internet e principalmente a popularização da Telefonia
fixa foi uma peneira que eu entendo tenha sido muito positiva para o
radioamadorismo. Proporcionou a desativação de estações cuja finalidade era
um mero meio de comunicação "barato e prático" em relação ao valor de uma
linha telefônica, meu pai também começou com rádio querendo um meio de
comunicação com uma casa de praia que tínhamos na Costa Verde do Rio de
Janeiro.

Para se ter uma idéia, para quem não lembra, não pegou essa época ou nunca
ponderou a respeito, às vésperas do ano 2000 fui contemplado com um plano
de expansão da Telerj no qual havia me inscrito quando completei 18 anos
(colocaram um quiosque da Telerj para colher inscrições na praça da cidade,
o xará deve lembrar disso), você pagava R$ 1.500 parcelados em 10 vezes e
tão logo a linha estivesse instalada, passava a valer R$ 5.000 (Tempo de 1
URV = 1USD). Naquela época pouco tempo depois de ter me casado eu troquei a
linha telefonica por 2/3 de um terreno de 450 m² em um condomínio em
construção em Jacarepaguá - o telefone entrou por R$ 5.000 e o valor do
terreno era de R$ 7.500, a diferença paguei em 24X direto com o
incorporador.

Ou seja, se considerarmos a moeda Norte Americana como indexadora por ser
mais perene, uma linha telefônica custaria o equivalente hoje a R$ 11.000,
uma estação básica de Radioamador com um VHF - FM como um FT 1900, um IC
718, uma fonte de 30 Ah e três antenas (G5RV, 5/8-28 Mhz e 5/8 VHF) fica em
torno de uns R$ 3.500 sem a espera pela instalação da linha... Se
considerarmos ainda o que eram as estações na época: um FT 2400, um
Superstar 3900 ou um "Cobrão chucrutadíssimo". Quando muito, um transverter
para chegar nos 40 e nos 80 ou uma MAC L-120, esse valor cai para menos de
2.000, era a maior parte de estações da época.

Lembro que na época, os R$ 7.500 eram quase o valor de um Corsa Wagon 1.6
16V completo, custava 8.000, foi uma opção que fiz na época, entre comprar
o terreno ou trocar minha Uno 1996 por um carro novo, fiz a coisa certa!
Nunca liguei muito para carro...

Quem tinha um Deltão 550 era um "tubarão"... Quem tinha um 101E ou 101ZD
era "top", coisa fina, de quem tinha grana e era radioamador de centenas de
QSLs pendurados na parede (pelo menos os poucos que conhecí). Nessa época,
aqui na cidade tínhamos mais de 50 CB e VHF'ers, mas Deltão e Banda
Corrida, pouquíssimos... Só uns 2 ou 3 que me lembre...   Acho que só o
Lambão (TS-450), o Nestor (Tinha de tudo), o Elias (Deltão) e o finado
músico Milton Olivetti (Também tinha de tudo).

Por isso acho que nos dias de hoje essa evolução, Carlos, é muito sensível,
inclusive no que concerne aos investimentos. Antes, quem tinha Super Star
3900 e conseguia subir até acima da faixa de CW em 28 Mhz escutava (eu
escutei muito) estações de radioamadores do Nordeste em QSO com estações do
Sudeste em assuntos absolutamente familiares, fora os QSO's entre Brasil e
CT land... Falava filho, irmã, mãe, neto, vizinho, todo mundo.

Hoje, com Internet, barateamento da assinatura da linha de telefone fixa e
a popularização do Telefone celular as bandas de radioamadorismo perderam
essa função, de forma que a concentração de amadores interessados puramente
no hobby aumentou e a percepção do nível de qualidade aumentou. Em
contrapartida, as bandas, como era de se esperar, ficaram menos saturadas e
os clubes, como tenho conversado com o Valério, passaram a ter ainda mais
problemas em seu fluxo de caixa.

Abs.,
Marcelo - PY1KR.

Em 31 de maio de 2013 11:06, Carlos Augusto Pereira <guto36 em gmail.com>escreveu:

> Eu não sei se está aumentando ou diminuindo. Entretanto, eu observo 3
> coisas:
>
> 1. O número de brasileiros em contestes internacionais aumentou muito.
> Tanto em cw como em fonia.
>
> 2. As estações brasileiras estão mais bem equipadas.. melhores antenas,
> rádios mais modernos e etc.
>
> 3. Grupos mais bem preparados e muito focados em divulgar e praticar o
> nosso hobby.. menos operação fumaça e mais ação!
>
> Fiquei muitos anos QRT e acho que a coisa melhorou bastante nesses últimos
> anos. Estou bem otimista em relação ao nosso hobby.
>
> 73 Carlos PY1CAS
>
>
>
>
> 2013/5/31 fabio hoelz <ps7hf em yahoo.com.br>
>
>> Alberto Você está enganado.
>>
>> O Brasil nunca esteve com tantos radioamadores...
>>
>> Isso é uma idéia plantada assim como o radioamadorismo está acabando.
>>
>> FÁBIO
>> PY1ZV
>>
>> "É Melhor morrer por alguma coisa do que viver por nada"
>> (Anderson Silva - Lutador UFC)
>>
>>   <http://www.riodxgroup.com/>
>> RIO DX GROUP TEAM // PR1T TEAM \\ARAUCÁRIA MEMBER
>>
>>
>>
>>
>>   ------------------------------
>>  *De:* Alberto Silva <aselet em terra.com.br>
>> *Para:* Grupo Araucaria de Radioamadorismo <araucaria em araucariadx.com>
>> *Enviadas:* Quinta-feira, 30 de Maio de 2013 20:43
>> *Assunto:* Re: (Araucaria) Tema polêmico e SWL report from Sweden
>>
>>  Boa Noite
>>
>> É apenas uma opinião pessoal, sou radioamador a mais de 30 anos, ao longo
>> destes anos só vi o número de radioamadores diminuir; Será que não esta na
>> hora de facilitarmos as coisas??????
>>
>> Alberto PY3AY
>>
>> ----- Original Message -----
>> *From:* Edson - PY2ELG <py2elg em gmail.com>
>> *To:* Grupo Araucaria de Radioamadorismo <araucaria em araucariadx.com>
>> *Cc:* João Gonçalves Costa <joao.a.costa em ctt.pt> ; ListaQRP-BR<QRP-BR em yahoogrupos.com.br>
>> *Sent:* Thursday, May 30, 2013 6:24 PM
>> *Subject:* Re: (Araucaria)Tema polêmico e SWL report from Sweden
>>
>> Só um parênteses, que pode estar passando despercebido, classe "C" não
>> exige o exame de CW.
>> Existem muitos radioamadores classe "C" felizes da vida.
>> Entrei no radioamadorismo como classe "B" em Novembro de 1997.
>> Fui promovido a classe "A" em Fevereiro de 1999, quase dois anos depois.
>> Confesso que apesar do acesso aos 40m como classe "B" e posteriormente
>> 20m como classe "A", eu passei muito tempo me divertindo (inclusive em
>> contestes) nas bandas de 2m e 10m somente.
>> Não vejo o que um radio operador que não curta ou não consiga aprender
>> "CW" não consiga se beneficiar dentro do radioamadorismo.
>> Particularmente a continuidade da prova de telegrafia para as classes "B"
>> e "A" tem o meu apoio.
>>
>> Abraço a todos.
>>
>>
>>  73 de PY2ELG
>>
>> Edson Luis Gonçalez
>> ARRL Member
>> LABRE Member
>>
>>
>>
>> Em 30 de maio de 2013 15:03, PY2ZX <py2zx.ham em gmail.com> escreveu:
>>
>> Olá Leonardo,
>>
>> A questão não deveria ser criar facilidades ou dificuldades, mas como
>> procurar melhorar a qualidade do radioamadorismo diante de um contexto
>> nacional de péssima instrução básica, reforçando os princípios que
>> distinguem o radioamadorismo de outros serviços.
>>
>> Interessante que estes conceitos já foram balizados, embora em linhas
>> gerais. Na nossa própria Resolução 449 há o preâmbulo que segue as
>> orientações da UIT:
>>
>> "O Serviço de Radioamador é o serviço de telecomunicações de interesse
>> restrito, destinado ao treinamento próprio, intercomunicação e
>> investigações técnicas, levadas a efeito por amadores, devidamente
>> autorizados, interessados na radiotécnica unicamente a título pessoal e
>> que não visem qualquer objetivo pecuniário ou comercial"
>>
>> Destaque ao "investigações técnicas" e "radiotécnica", característica
>> fundamental do radioamadorismo.
>>
>> Conforme bem lembrou o Edson PY2SDR, a UIT recomendou temas a serem
>> exigidos em prova teórica para os radioamadores na ITU-R M.1544.
>>
>> Conforme o João CT1FBF elencou, países com quesitos de ingresso e
>> promoção semelhantes podem até mesmo obter reconhecimento mútuo de
>> licenças com todos os países da CEPT.
>>
>> O ideal seria a LABRE, no momento que houver a revisão de norma, tivesse
>> um grupo (voluntários?) que pesquisasse como ocorrem as provas em
>> diversos países, quais são as disciplinas, as perguntas, quais as notas
>> de corte, como e quem aplica as provas, quem paga o deslocamento de
>> examinadores, se há convênios entre as administrações nacionais e as
>> ligas, se há publicações para estudos, cursos, etc.
>>
>> Essas deveriam ser as nossas referências, e não apenas se retirar um
>> quesito baseado em premissas questionáveis, sem objetivar a melhoria na
>> qualidade do radioamadorismo.
>>
>> E que e-mail SENSACIONAL este do Ullmar!!! HI! 73!
>>
>> Flávio PY2ZX
>> --
>>
>>
>> Boa noite amigos.
>>
>> Tenho lido durantes estes últimos três dias a respeito das considerações
>> sobre a reivindicação da Labre/RJ da eliminação da exigência de prática
>> de CW nas provas para radioamadores brasileiros.
>>
>> Me repito: sou a favor que se retire esta prova de acesso.
>>
>> Acho uma exigência que obstacula muitos radioamadores que, sabidamente,
>> são expert em vários aspectos de nossa atividade, mas que não conseguem
>> por motivos particulares, e respeitáveis, de cada um, aprender CW.
>>
>> Apenas estranhei a forma como os representantes da Labre/RJ abordam o
>> tema, a as justificativas infundadas para fazê-lo.
>>
>> Não vejo a retirada do exame de CW como mais um facilitador de pessoas
>> imediatistas e que hoje em nosso País querem o peixe, e não aprender à
>> pescá-lo (como deveria ensinar-lhes o Governo).
>>
>> Por outro lado, vejo com reservas se as provas de radioeletricidade
>> forem mais severas.
>>
>> Hoje a maioria dos equipamentos prontos, de transceptores à antenas, são
>> facilmente encontrados.
>>
>> A enorme facilidade de encontrar, comprar e receber em casa estes
>> equipamentos, cria menor demanda de conhecimento deste tema (assim penso).
>>
>> Temo que o arrocho nas provas de radioeletricidade crie, aí sim, uma
>> barreira para aqueles que não possuem esta destreza.
>>
>> Acho francamente que um médico, advogado, auxiliar administrativo, ou
>> qualquer profissão que nenhuma relação tenha com um ferro de solda, um
>> resistor ou um transistor, encontre grande dificuldade em aprender esta
>> disciplina, ainda mais se ele se a prova se tornar mais severa.
>>
>> Embora seja a favor da extinção das provas de CW, quase afirmo que será
>> mais fácil um profissional que não um técnico em elétrica ou eletrônica,
>> aprender CW do que radioeletricidade, seja pelos cálculos que tenha que
>> fazer, seja pelo vasto conhecimento em outra disciplina que não a que se
>> milita, ou mesmo pelo fato de CW ser uma matéria estanque, enquanto
>> Radioeletricidade ter material quase inesgotável, tamanhas evoluções que
>> vemos a cada dia.
>>
>> Criar uma facilidade e uma dificuldade em seguida não será mais do mesmo?
>>
>> Não acho que devamos nivelar por baixo o radioamadorismo, tampouco
>> elitizá-lo, mas sim cercarmo-nos de cuidados ante uma decisão que
>> influirá definitiva e profundamente em nossa classe.
>>
>> Mudando de assunto contudo ainda dentro do tema em tela, tomo a
>> liberdade de repassar aos amigos, um e-mail que troquei ontem e hoje com
>> um amigo Radioescuta da Suécia (terra do nosso amigo Thomas), o Ullmar,
>> em que ele relata que gosta de escutar CW de vários radioamadores de
>> Países diferentes, de cadências diferentes, e com diferentes
>> manipuladores.
>>
>> Vejam que bacana o que me diz o Ullmar sobre estas questões.
>>
>> Tamanho é seu conhecimento, que consegue se deliciar com as diferenças
>> na forma de manipulação de cada cultura.
>>
>> Até nisto há diferenças entre as nacionalidades, o que é um exemplo
>> maravilhoso da pluralidade que temos no mundo.
>>
>> Que grande sujeito deve ser o Ullmar.
>>
>> O e-mail do Ullmar é um grande incentivo para que as pessoas se
>> interessem por aprender CW. Vejam o que podem estar perdendo.
>>
>> 73 from PP1CZ - Leo.
>>
>>  De: Ullmar Qvick [mailto:veriori2000 em yahoo.se]
>> Enviada em: quarta-feira, 29 de maio de 2013 08:18
>> Para: Leonardo
>> Assunto: SV: RES: SWL report from Sweden
>>
>> My dear Leo:
>> This is just to thank you for taking time to write this very nice reply
>> to my SWL report. I am happy and feel honoured that also many very
>> active radio amateurs write to me, sometimes there is something about
>> antennas, propagation or other specific matters, but often also a
>> personal greeting.
>>
>> No problem that the QSL matter will take time, I know about the
>> situation in Brazil. Very good of you to send out to different QSL
>> bureaus, but of course a lot of extra work on your side.
>>
>> Leo, I remember the old days, back in the 1960'ies when I was listening
>> to Medium Wave broadcasting stations instead of amateur radio. I heard
>> many Brazilian stations, and I got some excellent QSLs which are still
>> in my collection. The best one no doubt was a daytime 250 watt station,
>> Radio Iracema de Iguatú, which was surely identified only with a big US
>> handbook, and which was operating on extended schedule that night due to
>> a football match. I got some good details and my report was confirmed,
>> the first ever received from Europe. The Director wrote: "When we
>> announced having received your report in a transmission, many people
>> came to our station to see the letter, believing it was a joke! In fact
>> reception is not too good in the outskirts of Iguatú..."
>> This is in fact a valued QSL for an extraordinary reception.
>> But these days my only passion in radio is CW on the ham bands. CW is a
>> language of its own, I never get tired of hearing the different styles,
>> the straight keys, the Vibroplex bugs, the electronic keys of different
>> types... I love to hear the individual differences, I can even see a
>> national pattern in many cases: Russia with its energetic CW style,
>> Germany with its correctness, Japan with fine behaviour in traffic....
>> France often with a bohemic style, the British with a "leaning back"
>> style, just like their handwriting etc. etc.
>> This will be all, I just wanted to show you my appreciation. Muito,
>> muito obrigado!
>> Kind regards from Sweden on a rainy day of Spring.
>> Ullmar, SM5-1252
>>
>>
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