(Araucaria) RES: Reclamar de que?
Flávio Maielo - PY4EK
py4ek em py4ek.com
Quinta Novembro 15 23:32:11 BRST 2012
Parabéns Léo, sabias palavras.
--
*PY4EK*
*Flávio Maielo*
*
*
Em 15 de novembro de 2012 22:36, Leonardo <pp1cz em terra.com.br> escreveu:
> Grato Itacir.
> Técnicas operacionais se aprende, mas o sujeito sem educação é difícil...
> Forte abraço e bons DX.
>
> 73 de PP1CZ - Léo.
> -----Mensagem original-----
> De: araucaria-bounces em araucariadx.com
> [mailto:araucaria-bounces em araucariadx.com] Em nome de Itacir Amorim
> Enviada em: quinta-feira, 15 de novembro de 2012 22:26
> Para: undisclosed-recipients:
> Assunto: Re: (Araucaria) Reclamar de que?
>
> LÉO, parabéns pelo artigo excelente. Pego uma "carona" e assino em
> baixo, juntamente contigo. Este artigo devia ser enviado, para cada
> radioamador, PESSOALMENTE. Pode ser que a maior parte, aprendesse a
> lição. Bons DX's. Recomendações ao QTH familiar. Aquele
> abraçooooooooo!
>
>
> > Boa noite amigos.
> >
> >
> >
> > O radioamadorismo tem muitas opções que podemos fazer.
> >
> > Entre estas julgo o DX, ates de tudo, uma arte. Exige-se de quem o
> pratica
> > não o dom, como nas demais artes, mas muito suor para o aprendizado.
> >
> > Hoje temos o auxílio luxuoso do DX-Cluster, o que não tira o mérito de
> quem
> > consegue fazer o DX.
> >
> > A ajuda é apenas para localizar onde está o DX, o restante do trabalho
> > depende de você e da estação que você tem, do seu feeling, de suas
> > expertises.
> >
> >
> >
> > Quem conhece São Pedro e São Paulo deve saber muito bem o que é aquilo.
> >
> > Nunca lá estive (e nem pretendo, pois gozo de minha saúde mental, eu
> acho).
> >
> > Hoje num tom de brincadeira comentei num e-mail com amigos que, São Pedro
> e
> > São Paulo, estão para mim como Ópera: vá, mas não me chame! – com o
> perdão
> > de quem gosta.
> >
> >
> >
> > Fazer um QSO de forma ordeira, rápido, sem tomar tempo e nem atrapalhar
> os
> > demais que tentam o QSO ou bater papo com os operadores demonstra
> respeito
> > pela atividade e por seus pares.
> >
> > Os operadores que lá estão, não foram aos Rochedos para bater papo com
> seus
> > amigos no rádio. Não estão a passeio e nem compraram um pacote de turismo
> > (se assim o fosse, teriam sido malvadamente trapaceados, aquilo é um
> > presente de grego).
> >
> > Existem formas muito mais econômicas e confortáveis de se bater um bom
> papo.
> >
> > Celulares são uma ótima opção.
> >
> >
> >
> > Mas se o que nos da prazer é um contato no rádio, ficamos em casa então,
> no
> > conforto de nossos shacks, com a família por perto, água gelada, comida,
> > cama e roupa lavada, um chuveiro para um bom banho, boas horas de sono no
> ar
> > condicionado, sequinhos e com o cafuné da Nega Velha...
> >
> >
> >
> > Imaginemos o por que de nossos amigos estarem em São Pedro e São Paulo,
> > ficar dias e dias num barco pequeno, apertado, todo molhado, ao sabor do
> mar
> > revolto, causando toda sorte de mal estares.
> >
> >
> >
> > E nos Rochedos? sem lugar para colocar sequer um colchão descente, terão
> que
> > conviver com infestação de piolhos de pássaros que lá nidificam, com os
> > apertos do local, tomando sol e chuva sem proteção, passando calor, sem
> um
> > banheiro descente nem para fazer suas necessidades, quiçá tomar um banho.
> > Arrebentação do mar que castiga os Rochedos.
> >
> >
> >
> > Refeições são outro problema sério: se feito na Ilha, há limitações, se
> > feito no barco (que acredito pouco, pois este deve ter saído para pescar)
> > existe problema de transporte deste para os Rochedos.
> >
> >
> >
> > Como será a logística deles? E as horas de sono? será que conseguirão
> > dormir? E em que condições? Quantas horas? Terão ao menos uma boa noite
> de
> > sono durante o tempo que estiverem nas Ilhas?
> >
> > E a água? E as roupas? E o QRM em todas as Bandas, que eles informaram
> haver
> > nos Rochedos em função de equipamentos da Estação de Pesquisa permanente
> nas
> > Ilhas, sobre assuntos de grande interesse para o Brasil e para a
> humanidade?
> >
> >
> >
> > Alimentar geradores, instalar antenas, montar barraca, decidir
> revezamento
> > na estação, logística, alimentação, destino dos resíduos produzidos, boa
> > forma física, humor para enfrentar estas semanas longe de casa, da
> família,
> > dos filhos, do trabalho, do conforto, da civilização, suportar reclamação
> > nas Bandas.
> >
> > Nesta hora dá saudade de casa, da comidinha de casa, de nossa cama (da
> Nega
> > Velha), etc.
> >
> >
> >
> > Além de todo o desprendimento que tem que ter um DX-Pedicionário,
> custeando
> > as despesas de deslocamento, etc., estas operações, por mais simples que
> > sejam, numa Ilha na frente de sua cidade, tem custos, tem logística, tem
> > planejamento, tem fabricação de antenas, de adaptações, de testes, se
> > ensaios, de tudo, e tudo é caro.
> >
> > Imaginemos uma DX-Pedition como a de São Pedro e São Paulo, a de Malpelo,
> > Conway, com aluguel de barco, alimentação para um grupo.
> >
> > São algumas centenas de milhares de dólares. O preço de um apartamento de
> > luxo numa grande cidade.
> >
> > Muito tempo angariando fundos, tirando de onde não tem, tirando do
> próprio
> > bolso para viabilizar uma DX-Pedition.
> >
> >
> >
> > Bom, depois de tudo isto, julgamos que o nosso colega foi parar naquele
> > cafundó para passear e bater papo conosco. Achamos que ele deve dar
> > preferência à nos: ele é meu amigo, ele é brasileiro, ele tem obrigação
> > conosco, e mais um monte de razões.
> >
> >
> >
> > Dentre nós, tem alguns que de fato necessitam fazer contato um pouco mais
> > amiúde com eles, são os chamados “Pilotos” das operações e DX-Peditions.
> >
> > É alguém ou um grupo de radioamadores que, de suas casas, controlam como
> as
> > coisas estão andando, se há problemas, se necessitam de alguma coisa, se
> > existe alguma urgência ou emergência. Estes, geralmente, têm necessidade
> de
> > fazer contato com os DX-Pedicionários para saber destes detalhes, para
> > passar ou receber QTCs, saber se está tudo bem, dar informações da
> família
> e
> > destes para seus familiares. A função de piloto exige tempo ao dispor do
> > grupo, para que, em caso de emergência, saiba de que forma agir. Via de
> > regra os Pilotos são experientes e possuem todas as informações de como
> > proceder em qualquer caso que algo saia errado – estejam certo, sempre
> tem
> > alguma coisa que não dá certo ou sai errado. Vejam o caso de uma
> DX-Pedition
> > nos anos 70 do século passado, à Spratly Island (1S) em que o barco foi
> > metralhado e alguns radioamadores faleceram.
> >
> > Em São Pedro e São Paulo, a única forma de comunicação é o rádio, não tem
> > celular, a não ser por satélite, e neste caso, a ligação tem custo alto.
> >
> >
> >
> > Existem locais no planeta radioamadorístico que são raramente visitados.
> >
> > São Pedro e São Paulo é um destes.
> >
> >
> >
> > Cada vez que chamamos os operadores que lá estão para bater um papo,
> tiramos
> > a oportunidade de um radioamador ao redor do Globo fazer um QSO.
> >
> > Sunset e Sunrise, amanhecer e anoitecer, são fundamentais para propagação
> e
> > as aberturas proporcionadas por estes horários podem ser muito rápidas.
> >
> >
> >
> > O tempo de abertura para se fazer um QSO, dependendo da banda e do local
> em
> > que se encontre no planeta, uma estação poderá ter uma oportunidade de
> menos
> > e 1 minuto para “tentar” o QSO.
> >
> > Quanto durou nosso bate-papo com nossos amigos, seja em SPSP Rocks ou com
> > outra estação rara ao redor do planeta? é talvez (e muito provavelmente)
> a
> > diferença entre fazer ou não um QSO. Não para nós, mas para um
> radioamador
> > que esteja do outro lado do mundo. Para ele representou uma oportunidade
> em
> > um bilhão. Talvez mais fácil fosse ele acertar na loteria.
> >
> > É a diferença em estar ou não no Log, trabalhar ou não aquele País raro,
> que
> > se esperou décadas para fazer este tão raro contato.
> >
> >
> >
> > Os Rochedos estão logo ali para nós.
> >
> > Mas numa livre analogia, e Scarborough Reef? Está ali para nós? Não, mas
> > está o Japão, para a China, etc.
> >
> > E se os japoneses, chineses, coreanos, filipinos, taiwaneses, vizinhos
> > destas pedrinhas perdidas no Mar da China, resolverem bater papo com a
> > próxima DX-Pedition para BS7, o que você vai achar disto justamente na
> > janela de abertura de propagação que você terá para lá?
> >
> >
> >
> > Eu não quero isto. BS7 será novo para mim, no dia em que outros malucos
> > resolverem ir lá novamente (pois só maluco para fazer uma DX-Pedition
> para
> > aquelas pedrinhas).
> >
> >
> >
> > Além de sermos rápidos em nosso QSO e darmos oportunidade para quem ainda
> > não trabalhou, temos que observar as questões de ética, e respeito á quem
> > está lá e quem está aqui tentando.
> >
> >
> >
> > Necessita fazer sintonia, se seu rádio ou amplificador é valvulado? por
> > favor, use uma Carga Fantasma.
> >
> > Não tem? precisa fazer a sintonia no ar? apesar de ser errado, pela nossa
> > Legislação, ao menos saia da frequência em que está a estação ou onde ela
> > está recebendo, quando em split.
> >
> >
> >
> > Respeito é uma prática cotidiana.
> >
> > Como pode um cidadão querer ter o direito de reclamar de políticos
> > corruptos, de corruptores, de criminosos, de assaltantes, de traficantes,
> de
> > terroristas, se ele, como cidadão, e dentro de sua atividade que
> > hipoteticamente deveria lhe dar prazer, é o primeiro à querer infernizar
> a
> > vida dos outros, a não adotar a seriedade, o cavalheirismo e práticas
> > corretas?
> >
> >
> >
> > Reclamar de um operador brasileiro por que este chama estações de DX e
> não
> > exclusivamente brasileiros, é egoísmo.
> >
> >
> >
> > Chance para brasileiros e sul americanos todas as DX-Peditions têm dado,
> > especialmente nas que temos sul americanos em seus times, como em HK0NA,
> > T30PY, 3D2C e agora PT0S.
> >
> > Reclamar de quem está lá no sacrifício, desde o conforto de sua poltrona,
> é
> > no mínimo uma injustiça.
> >
> >
> >
> > Há uma frase na assinatura de e-mail de meu grande amigo Xavier – PY7ZY,
> que
> > acho perfeita para finalizar meu extenso e-mail, que diz:
> >
> > "You can't criticize a DX-Pedition until YOU have actually been in one.
> Go
> > there and do it better!".
> >
> > Numa livre tradução: “Você não pode criticar uma DX-Pedição até que você
> na
> > realidade tenha feito uma. Vá lá e faça melhor”
> >
> > Excelente esta do Xavier, e ele tem experiência para isto, pois já fez as
> > três Ilhas Oceânicas Brasileiras (PY0): Fernando de Noronha, Trindade e
> São
> > Pedro e São Paulo, além de muitas IOTAs e a T30PY.
> >
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> > Forte 73 de PP1CZ - Léo.
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