(Araucaria) São Pedro e São Paulo - Proarquipelago.
Leonardo
pp1cz em terra.com.br
Segunda Março 5 12:58:38 BRT 2012
Bom tarde amigos.
Embora afastado da Lista Araucária por motivos particulares, venho lendo
quase todas as mensagens postadas neste Refletor, e não poderia me furtar em
me manifestar acerca dos problemas e da proibição de DX-Peditions de
radioamadores no Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
Em primeiro lugar, devemos respeitar a decisão que foi tomada pelo Projeto
São Pedro e São Paulo, o Proarquipelago.
Os pesquisadores ali instalados desenvolvem um trabalho sério, de alto
nível, reconhecido por todas as comunidades científicas ao redor do mundo, e
de suma importância para o país, tanto no que tange às pesquisas avançadas,
quanto à soberania sobre aquele espaço.
Tenho muito respeito e admiração pela Marinha do Brasil, e isto vem desde
minha visita à Ilha da Trindade, em 1990, com o apoio total da Marinha.
Depois, em 1994, na visita que fiz ao Arquipélago de Abrolhos, bem como
quando estive na Reserva Natural das Três Ilhas, abrindo o IOTA SA 067.
Nestas duas oportunidades, minha primeira atitude foi me apresentar ao
Comandante e demais membros daqueles Destacamentos, saber de todas as regras
que regiam o local, explicar qual o motivo de minha visita, pedir permissão
para operar minha estação de rádio e me colocar ao dispor para qualquer
trabalho ou ajuda.
Nas três Ilhas, pedi previamente autorização à Direção do Parque Estadual
Paulo César Vinhas, para minha estada naquelas Ilhas.
Não tive qualquer problema nestas viagens e operações. Tudo transcorreu de
forma tranqüila e dentro do esperado, e creio que deixei as portas abertas
para novas visitas.
Pelo que lemos de alguns relatos, e pelo que eu tenho conhecimento de
comentários já há vários anos, houve sim, um problema com algum grupo (ou
individual), de operadores de rádio naquele Rochedo.
Não creio, francamente, que a Marinha ou qualquer grupo de Pesquisadores
fosse tomar esta atitude de forma deliberada para prejudicar aos
radioamadores.
As verdades ou informações oficiosas dão pistas de que houveram razões, pelo
visto de sobras, para tal decisão.
O que me preocupa agora é a proporção que o caso tomou em nosso meio, e a
exposição dos meios de contato do Coordenador da Proarquipelago, Sr. Marco
Antônio carvalho de Souza.
Na página da Proarquipelago, há o telefone e o e-mail do Gerente desta
instituição. Certamente haverão muitas manifestações de todos os tipos à
eles.
Mas o meu receio são as manifestações apaixonadas, algumas passionais e
talvez até mesmo destemperadas, se me permitem falar de forma mais franca.
Se existe uma proibição, há motivos. Se existem motivos, é por que alguém
cometeu atos equivocados (para dizer o mínimo), e colocou à perder todo o
currículo de bons serviços prestados pelos radioamadores, por anos a fio,
quando das calamidades e outras tristezas que se nos abateram.
E se temos uma menção contra nossa classe, não será com e-mails ou
manifestações equivocadas que conseguiremos reverter este quadro.
Não quero pedir aos amigos para não se manifestarem, ainda por que vivemos
numa democracia e nos é livre a opinião, a palavra.
Mas temos que tomar muito cuidado com o que proferimos, com o que
escrevemos, da que forma como vamos conduzir este caso, para não ferirmos
suscetibilidades e, ao invés de revertermos esta situação, aprofundarmos
ainda mais a crise que se instalou.
Não fosse um motivo muito sério, não teriam eles deliberado pela proibição
de radioamadores visitarem o Arquipélago.
O uso das instalações da Proarquipelago deve obedecer às regras por eles
implementadas.
Estas instalações certamente não prevêem um uso em desacordo com os
objetivos para os quais foi construída.
Suas instalações elétricas e a forma como geram a energia, de forma
sustentável, não permite (talvez) que sejam usadas de forma contínua, com
potências que estejam acima do projeto.
Outro problema são as instalações hidro-sanitárias, que não podem ser
sobrecarregadas. Tampouco deve-se dar outro destino às instalações dos
pesquisadores.
Invasores ali somos nós, não eles.
Estas instalações foram feitas para uso exclusivo dos pesquisadores
devidamente credenciados e autorizados.
Usar fonia durante a noite é saber que trará transtornos àqueles que tiveram
ocupações durante o dia e precisam de repouso durante a noite.
Existem modalidades que, com fone de ouvido plugado, permanecem no mais
absoluto silêncio, como CW e modos Digitais.
Além de minhas colocações, certamente os amigos haverão de ter outras
centenas de razões pelas quais seremos um transtorno para equipes que se
ocupam de outras atividades e nas quais a nossa não é prioridade.
O que de fato houve nos Rochedos para culminar nesta proibição?
Quem deve conduzir, então, este problema, para que ele tenha o desfecho que
desejamos?
Na minha humilde opinião, temos radioamadores dentre nós, que já conduziram
situações semelhantes junto à quem detém o poder no Brasil, com resultados
excelentes, à exemplo da recente visita de vários radioamadores junto ao
Ministro das Comunicações.
Creio que deveríamos destacar um grupo de radioamadores que saiba conduzir
este problema, que tenha força política, que tenha diplomacia, e que consiga
uma reunião com os responsáveis pela Proarquipelago, onde deverá ser
apresentada nossas desculpas pelo ocorrido, que culminou nesta decisão (seja
lá o que tenha havido), e tentar conseguir reverter esta proibição, através
de uma exposição clara de nossas atividades, mostrando que será um equívoco
penalizar uma classe ordeira, pela atitude de um ou mais membros de nossa
atividade.
Devemos deixar para eles este contato, e unirmos forças para que, com
respeito, fazermos nossas colocações e pedir da forma correta, que retirem
esta menção.
Tenho conhecimento oficioso de que nosso amigo Atilano – PP5EG, planeja uma
grande operação nos Rochedos.
O Atilano, junto com o Orlando – PT2OP, Fred – PY2XB, e mais alguns grandes
radioamadores que temos, poderiam, em minha opinião, compor este grupo que
se incumbirá desta missão.
Devemos evitar, a qualquer custo, nos dirigirmos diretamente ao
Proarquipelago, para não melindrar ainda mais este quadro.
Devemos deixar para que radioamadores que já tenham experiência e
embasamento, conduzam este caso, como faz qualquer classe, que possui seus
representantes.
Não quero com isto desmerecer qualquer ponto de vista ou quem quer que seja
que também tenta conduzir esta situação.
Meu apelo é para que poupemos a Proarquipelago de uma avalanche de
manifestações que podem trazer ainda mais problema e acirrar os ânimos em
torno desta causa.
Uma preocupação que devemos ter é em manter São Pedro e São Paulo sempre
ativo, dando oportunidade à radioamadores de todo o mundo em trabalhar esta
rara Entidade.
Tenho acompanhado a evolução do Most Wanted Countries em várias versões e
PY0S vem subindo de posição ano à ano, o que é preocupante.
Ocupava para acima da 40.ª posição há pouco mais de 10 anos, hoje
encontra-se entre os 16 mais procurados, com possibilidades claras de subir
ainda mais, com algumas grandes operações de Entidades entre os 15
primeiros, e que devem cair drasticamente, como no caso de Malpelo – HK0M
(Peter - PP5XX, é um dos grandes responsáveis por isto, parabéns Guri!).
Vejam estas colocações nos links abaixo:
http://www.dxpub.com/dx_news.html
http://hamgallery.com/countries/
http://dxing.at-communication.com/en/20_most-wanted-dxcc-countries/
Faço aqui um apelo também à todos os radioamadores que forem visitar
qualquer lugar, principalmente aqueles cujas regras são bem definidas, em
que existam instalações Militares ou que sejam providas por alguma entidade,
para que se apresentem, solicitem a permissão e procurem saber das regras de
uso e de convivência daquelas instalações.
A responsabilidade que temos pelo zelo de nosso bom nome tem que ser levada
a sério. Temos que fazer prevalecer o bom senso.
Grato antecipadamente pela atenção.
73 de PP1CZ - Léo.
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