(Araucaria) Cordel

py1eo Luiz py1eo em hotmail.com
Terça Janeiro 31 20:35:15 BRST 2012


Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados




Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil.





Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.






Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.





Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.





Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.





Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.


 
BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.

             
Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

             
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
             
Há muito tempo não vejo

Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
             
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação

E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.
             
Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente

Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.
             
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys

Que têm cara de bundão.
             
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
             

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
             
Um país como Brasil
Carente de educação

Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
             
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro

Da muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
             
Enquanto a sociedade
 Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social

Você precisa entender

Que queremos aprender
Algo sério - não banal.
             
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:

Um cenário sub-humano.
             
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética

São muito mais que louvadas.
             
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

             
Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
 O que vocês tão querendo
É injetar o banal
 Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
             
Isso é um desserviço

Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
 Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso

Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
 Nesse mar de palhaçadas.
             
  Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente

Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
             
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:

Reflita no seu labor
E escute seu coração.
             
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:

Fujam dessa baboseira.
             
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

             
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados

Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
             

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
             
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.

Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
 No mundo espiritual.
             
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?

Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
             
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal.
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão

Ou então: siga, animal.
             
FIM 		 	   		  


-- 
Luiz Claudio Bastos
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