(Araucaria) Velocidade de CW em Contestes.

freddy em baependi.com.br freddy em baependi.com.br
Sexta Abril 27 14:47:09 BRT 2012


Olá Amigo Léo!!!
Que ótima leitura na sexta-feira, parabéns pelo seu lindo texto.
Dispensa maiores comentários, excelente
Freddy PY3YD

> Boa noite amigos.
>
> Ontem li um e-mail trocado entre o Ed – PY4WAS, e não me lembro bem quem
> era, reclamando da velocidade (cadência) de alguns amigos quando em
> Contestes.
>
> São tantos e-mails que recebo diariamente que eles se perdem e não consigo
> achá-los no meio de tanta coisa.
>
>
>
> É fato que a cadência acima de 30 palavras por minuto dificulta muito quem
> se inicia  nesta arte ou quem não consegue acompanhar um ritmo mais
> rápido.
>
> Esta certamente é uma reclamação legítima, pertinente.
>
>
>
> Mas coloquemos algumas situações para tentarmos entender o que se passa no
> âmbito dos Contestes em CW ou mesmo em DX-Peditions:
>
>
>
> - Estações que querem de fato competir, precisam, necessariamente, usar
> cadência acima de 36 ppm. Caso contrário, serão improdutivas.
>
>
>
> - Com cadência acima de 25 ppm, muitas estações não conseguem copiar, mas
> um
> número muito elevado de estações competidoras conseguem copiar muito acima
> desta velocidade.
>
>
>
> - Alguns radioamadores QRS possuem táticas muito interessantes para
> conseguir “decifrar” o que está por trás daquela velocidade toda, que vão
> desde ficar algum tempo na QRG copiando letra por letra até terem todo o
> indicativo, consulta o DX-Cluster (pela frequência da estação), e até
> outras
> técnicas menos ortodoxas, como por exemplo gravar a chamada e depois
> escutá-la em velocidade menor (sim, isto existe).
>
>
>
> - Existe um pedido que nenhum telegrafista se nega que é o “PSE QRS”.
> Nunca,
> em mais de 27 anos fazendo CW, presenciei alguém que se negasse em baixar
> sua cadência depois de um pedido deste. Quando comecei a dar meus
> primeiros
> passos em CW, fazia este pedido constantemente, e nenhuma estação se
> recusou
> em baixar o ritmo ante o meu pleito.
>
>
>
> - Normalmente, quando uma estação contesta outra (contestar, não pedir
> QRS)
> já sabe o indicativo de quem se está contestando. Desta forma, a estação
> de
> DX ou no Conteste, não precisa baixar sua cadência, pois pressupõe que
> quem
> o contestou já sabe qual o seu indicativo. Mas se mesmo assim você não
> conseguiu entender ou copiar o indicativo, não é erro ou vergonha pedir
> “PSE
> CALL QRS” – certamente ele te voltará com baixa velocidade dará o
> indicativo.
>
>
>
> - Quando em um QSO ordinário, se uma estação encontra-se numa cadência
> menor, a que está rápida, por elegância e prestigiando à quem lhe chama,
> diminui imediatamente sua velocidade. Esta é uma regra fundamental e
> elementar em CW, um cavalheirismo. Estou mais rápido do quem me contesta?
> diminuo minha velocidade. Estou mais devagar, a outra estação normalmente
> desce ao meu padrão. Assim o é para quem é um bom telegrafista ou um
> gentleman.
>
>
>
> - Num bom Conteste, a velocidade média das estações competitivas,
> geralmente
> oscila de 34 a 40 ppm. Isto porque, se estiverem em velocidade menor, irão
> perder tempo e tempo em Contestes representam contatos, pontos,
> multiplicadores, representa a diferença entre ganhar ou perder. Por vezes
> as
> diferenças de pontuações chegam a soma de poucos pontos, QSOs.
>
>
>
> - Outro ponto que devemos levar em consideração são as aberturas
> esporádicas
> ou breves. Se não aproveitar a chance de trabalhar o máximo de estações da
> Ásia ou da Oceania, para nós da Região Sudeste, por exemplo, pode-se
> perder
> pontos maravilhosos.
>
>
>
> - Com o advento dos Keyers Eletrônicos, praticamente se aposentou (ao
> menos
> em estações em Contestes, que queiram competir) o pica-pau ou
> manipuladores
> do tipo Streight Keyer, e o sinal ficou muito melhor.
>
>
>
> - Somos apelidados de Ham não é por brincadeira. Este era um termo jocoso
> que os antigos telegrafistas profissionais americanos usavam para nos
> designar e acabou ficando até nossos dias. Estes telegrafistas
> profissionais
> possuíam enorme destreza em manipular seus pica-paus em alta velocidade e
> com perfeição. Quando estes escutavam um radioamador, que fazia telegrafia
> de forma diferente deles, e sem a munheca treinada que os profissionais
> possuíam, torciam o nariz. Como diziam que os radioamadores eram ruins de
> munheca (daí o termo munhecar? talvez), apelidaram-nos de munheca de
> porco,
> que depois virou apenas porco, ou Ham, em inglês. Com os Keyers e
> manipuladores iâmbicos e, mais tarde, com os computadores fazendo este
> papel, é difícil hoje se escutar um CW que não seja quase perfeito.
>
> O que ocorre, via de regra, é que o radioamador pode errar no peso que dá
> em
> sua manipulação (nos Keyers Eletrônicos ou nos ajustes do transceptor com
> esta função). Estes ajustes devem ser cuidadosamente feitos, para evitar
> este problema. Por vezes, escuto estações que não separam de forma correta
> as letras e confundem muito à quem escuta. Já um computador é programado,
> em
> seu software de CW, à fazer a separação correta das letras, de acordo com
> a
> cadência que se imprime. Por vezes escuto alguém usando um Vibroplex e
> percebe-se claramente a diferença entre uma manipulação eletrônica, de um
> Keyer, do rádio ou de um computador, de um pica-pau ou de um Vibro, mas
> nada
> que impeça ou desmereça o QSO. Manipulações diferentes das usuais são um
> excelente treinamento para nossos ouvidos, e é sempre bom escutar o bater
> saudosista de um Vibro.
>
>
>
> - Não se deve julgar quem está em cadência rápida, como alguém que
> desmerece
> a quem está lento. Apenas se quer imprimir um ritmo que se possa trabalhar
> o
> maior número de estações num Conteste ou numa DX-Pedition possível.
> Vejamos
> o recente exemplo do 9M0L. As reclamações foram muitas, principalmente em
> telegrafia, pela pouca experiência de seus operadores, que demoravam em
> finalizar um contato. Depois eles pegaram o ritmo e se saíram muito bem,
> mas
> foram motivo de muitas reclamações (o que é outro erro lamentável,
> reclamar
> de quem se sacrifica para nos proporcionar um QSO).
>
>
>
> - É fato também, e quem é contesteito inveterado sabe disto (seja em CW ou
> SSB) de que os americanos não usam ficar muito tempo numa frequência na
> tentativa de fazer o QSO em Contestes. Eles não são impacientes, são
> práticos: se o QSO é difícil, desista, parta para outra, tempo é
> importante
> num Conteste e cá entre nós: quem pesa mesmo num Conteste são os
> americanos.
> Eles é que enchem os nossos Logs. Isto vem sendo equilibrado, para nós no
> Brasil com os europeus, que já fazem presença maciça nos Contestes, mas os
> americanos são em muito maior número. Pegue uma abertura para os Estados
> Unidos e veja seu escore dobrar com uma facilidade incrível. Agora
> imagine-se espantar os americanos por que demoramos muito para fazer um
> QSO.
> Provoca arrepios só de pensar.
>
>
>
> Por fim, não podemos ignorar o fato de que quem quer competir tem que ser
> rápido, tem que ter destreza, e os grandes campeões e recordistas estão
> todos acima de 36 ppm (exemplos entre nós existem em centenas).
>
> Não tenho a intenção, com minhas colocações, em me fazer qualquer
> afirmação
> de que se deva usar QRQ, e tenho sempre o cuidado em descer minha cadência
> quando sou contestado, seja em Contestes ou no dia à dia, por uma estação
> cuja velocidade seja discrepante da minha. Apenas não acho que devemos
> entender a opção de quem esteja QRQ.
>
> QRQ ou QRS, o importante é fazer o QSO, fazer CW, SSB, RTTY, etc.,
> participar e prestigiar os Contestes, participar destas festas
> maravilhosas,
> destes encontros de uma comunidade onde estamos inseridos e não deixar que
> nossas frequências fiquem vazias e deixar nossos rádios oxidarem por falta
> de uso.
>
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>
> Nos vemos nas Bandas... k
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>
> Forte 73 de PP1CZ - Léo.
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