(Araucaria) Resumo da Expedição SA-045
CLAUDIO - PY3OZ
py3oz em yahoo.com.br
Quinta Setembro 1 16:40:43 BRT 2011
Parabéns Orlando e Fred. Um sonho de expedição.
73
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Claudio Albert Gonçalves Zappe -
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----- Original Message -----
From: Luciano
To: Grupo Araucaria de Radioamadorismo
Sent: Thursday, September 01, 2011 3:15 PM
Subject: (Araucaria) Resumo da Expedição SA-045
Resumo da atividade na ReBio Parazinho, em Bailique (AP)
Fotos neste link https://picasaweb.google.com/106875652602910486464/BailiqueSA045?authuser=0&feat=directlink
Logs on line : www.qrz.com/db/pq8xb e www.qrz.com/db/pq8op
Chegamos em Macapá no dia 14/08, domingo, à tarde. No aeroporto nos esperavam amigos (.·.) que nos levaram até o hotel.
No dia 15, logo pela manhã, fomos recolher as autorizações e informações finais na Secretaria do Meio Ambiente do Amapá (SEMA) e fazer uma visita à Capitania dos Portos, pois a Marinha do Brasil tem sido grande parceira quando solicitada. Após o almoço tivemos uma entrevista com o gerente da Anatel no Amapá, esclarecendo detalhes sobre a expedição e solicitando apoio ao radioamadorismo no Estado.
Na terça-feira, dia 16, providenciamos a compra de redes, mosquiteiros, mantimentos, bateria e combustível e no final da tarde partimos para a Vila Progresso a bordo do barco Rey Bendito. Doze horas depois, madrugada do dia 17, estávamos na Vila Progresso, uma das comunidades do arquipélago. Primeira zebra: devido às precárias condições de comunicação não conseguiram avisar de nossa chegada. Dois funcionários da SEMA estavam na Reserva incomunicáveis e o terceiro, que deveria estar nos esperando, estava em outro local.
Perdemos a maré da manha. Fizemos compras adicionais, arrumamos duas mesas emprestadas com a comunidade e almoçamos de favor na casa de um senhor. Não há restaurantes lá. Alguns botecos fazem algo para comer apenas a noite.
Fomos atrás de uma voadeira e de alguém que nos levasse à reserva, pois se perdêssemos a maré da tarde, já era.
Não há lugar para dormir na Vila. Azar total, voadeiras quebradas, fora da vila, etc. Com a maré próxima do maximo, encontramos uma pessoa que nos prontificou a levar, mediante pagamento do combustível e óleo para o motor dois tempos.
Ai o funcionário da SEMA apareceu e os dois que estavam na reserva chegaram. Enchemos as duas voadeiras com uns 250 kg de material e combustível e partimos. 40 minutos depois chegamos com a maré ainda alta, sem o que a voadeira não entra no igarapé que dá acesso a casa da SEMA.
Já eram 15:30 horas. Corremos. Montamos a Zeppelin com um dos lados pendurado no farol da marinha (35 metros de altura). Descida com 43 metros de linha aberta e ballun 4:1 na base. Montamos a estação principal com amplificador de 400W e acoplador automático que deveria aquentar 600W. Tarde acabando, fizemos o primeiro qso com DL em 20m CW. No segundo QSO, a segunda Zebra, o acoplador explodiu – este é o termo. Ocorreu que um dos toróides evaporou-se. Continuamos a operar com 100W
Estreamos as redes e os mosqueteiros na primeira noite na ilha. Um verdadeiro zoológico de insetos voadores e rastejantes, incluindo aranhas enormes.
No dia seguinte, a terceira Zebra. Montamos rapidamente a vertical 40-6m da SteppIR, na clareira atrás da casa. O motor girava, mas a fita não subia. Descemos a antena abrimos a caixa do motor e verificamos que a fita afrouxou no carretel. Tentamos arrumar a maldita fita a manhã toda, em vão.
Creditamos esse problema ao transporte e faremos contato com a SteppIR para ver como se soluciona, para evitar a repetição em ocasião futura.
No dia seguinte – já na sexta-feira- transformamos a SteppIR em uma vertical full size para 40m, através da sustentação de um fio no tubo de fibra. A antena rendeu muito bem em 40 e 15m. Na 6ª feira tínhamos duas estações funcionado.
A solução para o acoplador foi abri-lo, limpar o pó do toróide explodido. Ele voltou a funcionar. Os toroides esquentavam muito e aparentemente há um problema de qualidade com os mesmos. Sem a indutância referente ao toróide explodido a capacidade de acoplamento diminuiu. Ele acoplava mal em 20m, por exemplo, e era uma penitência ajustá-lo manualmente. Abaixamos um pouco o regime do linear e funcionamos com os toroides esquentando e exalando mau cheiro.
Bem, o que deu errado não pode eclipsar o que deu certo. Nosso maior receio era energia. Felizmente o gerador a Diesel marca Frank – Frankenstein – composto de um motor marítimo acoplado a um gerador de 4KVA funcionou impecavelmente. Funcionou 16 horas por dia em média durante sete dias e consumiu apenas 80 litros de Diesel.
As pessoas que nos acompanharam na reserva nos ajudaram muito e foram uma família durante a semana que passamos lá. Na subida ao farol nos deparamos com uma cobra, que morava em seu interior; a picada passou perto.
Alem de duas picadas de marimbondo, muito doídas, nem um dos expedicionários teve qualquer problema de saúde.
A propagação estava muito ruim nos 4-5 primeiros dias de operação. Melhorou um pouco no final, mas não o suficiente para permitir QSO em 10m. Fizemos QSO de 12 a 40m. Foram mais de 7.600 contatos. O Orlando (PQ8OP) se empenhou em SSB e o Fred (PQ8XB) em CW, com algumas incursões em fonia. Não fizemos digitais com receio de exigir ainda mais do acoplador que já esquentava em modo intermitente.
A maioria dos QSO foi realizada da estação com o linear, na qualnos revezávamos continuamente. É incontestável que o amplificador ajudou muito nesses momentos de vacas magras de propagação.
Fizemos QRT no inicio da madrugada do dia 25/08. Embalamos o material e no dia seguinte apenas desmontamos a Zeppelin pendurada no farol.
Enchemos uma voadeira e partimos as 08h20minh da manha para a Vila Progresso. Graças a Deus o mar estava calmo, mas mesmo assim fomos devagar devido ao excesso de peso.
Na vila Progresso, um dos nossos anfitriões da reserva nos convidou para almoçar em sua casa.
Atrasamos alguns minutos e o nosso barco, com uma pontualidade de fazer inveja a inglês, já havia zarpado.
Entramos numa canoa motorizada e conseguimos alcançar o barco em outro trapiche mais a frente.
Voltamos para Macapá em uma outra embarcação, o barco Pasco Nunes, que fez a viagem de volta em 14 horas. Chegamos em Macapá às duas horas da manha do dia 26/08.
No hotel em Macapá nos deliciamos com banho quente, ar condicionado e comida diversificada.
Infelizmente nossa operação no forte São José não aconteceu, pois a autorização não saiu.
Passamos dois dias em Macapá confraternizando com os novos amigos que fizemos, entre eles alguns poucos PQ8 que lá residem. Tentamos dar um banho de animo neles para que sejam mais ativos.
No domingo, dia 28, retornamos para nossas casas.
Agradecemos a todos os que nos ajudaram.
O Brasil é um colosso de país. Há tanta diversidade, beleza e gentileza do seu povo que às vezes nem damos conta.
Esta experiência foi fascinante e seguramente foi a expedição no lugar mais remoto e incomunicável que jamais estivemos.
Fred (PY2XB) e Orlando (PQ8OP)
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