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Quarta Novembro 30 12:13:47 BRST 2011


PSC...

Flávio PY2ZX
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Ilegalidade e maior oferta de serviços desafiam fiscalização nas
telecomunicações

O avanço da ilegalidade e da oferta nos serviços de telecomunicações
desafia órgãos reguladores na fiscalização de radiointerferências,
radiações que comprometem a qualidade da comunicação. “Não é um problema
fácil de resolver”, admitiu o gerente de fiscalização da Anatel, José
Joaquim de Oliveira, durante a abertura do 1º Seminário sobre
Radiointerferência (Senar), nesta segunda-feira (28), em Brasília.

O país têm 330 mil estações fixas e 220 milhões móveis. Fiscalizar esse
universo tecnológico da comunicação, além da clandestinidade é um
desafio para a Anatel, responsável por gerenciar o uso do espectro de
radiofrequência no país.

Cerca de 8% das ações fiscalizatórias da agência são motivadas por
denúncias de radiações que representam risco à vida e 17% ocorrem por
interferências na área comercial.

A interferência na aviação civil é o principal problema que representa
risco à vida no setor de telecomunicações. Mas a radiodifusão
clandestina lidera as causas dos problemas. Depois vem o telefone de
longo alcance sem fio e, em terceiro, a atuação de emissoras legalizadas.

“O uso de radiofrequência tem se massificado. A fiscalização é tão
complexa que não podemos dar garantia zero de interferência”, afirmou
Francisco Eduardo de Oliveira Morais, gerente de Controle do Espectro da
Anatel.

Como não é possível fiscalizar tudo, a Anatel analisa os pontos onde
existem mais ameaças. O Sistema de Gestão e Monitoração de Espectro
mapeia, localiza e analisa os sinais. Mais recentemente, em 2010, a
agência firmou parceria com a Aeronáutica para fiscalizar regiões
próximas a 33 aeroportos do país, entre eles, o de Congonhas, Guarulhos,
Santos Dumont e Confins. Em 2011, a agência realizou 933 ações
fiscalizatórias e constatou 75 radiointerferências que causaram risco à
vida (até outubro/2011). Esses números foram bem maiores em 2010, quando
1.194 ações monitoraram 134 situações de radiointerferência.

Assessoria de Comunicação da Abert
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Diretor da Abert sugere certificação para receptores de rádio e TV

A radiointerferência no serviço prestado pelas emissoras de rádio e TV
pode ser minimizada com a certificação de receptores fabricados no país.
Hoje, só há regulamentação para a produção de aparelhos transmissores.
“Ficamos tranquilos por muitos anos e não nos preocupamos com os
receptores dos usuários”, afirmou o diretor de Tecnologia da Abert,
Ronald Siqueira Barbosa, durante o 1º Seminário sobre Radiointerferência
(Senar), nesta segunda-feira (28), na sede da Anatel.

Uma regulamentação específica determinaria que receptores de rádio e TV
fossem fabricados com parâmetros mínimos de qualidade. Os dispositivos
mais “robustos” mitigariam o nível de interferência e permitiriam que o
“sinal principal” chegasse ao telespectador e ao ouvinte com mais
‘transparência’. Estima-se que há mais de 200 milhões de receptores de
rádio no país.

No canal de transmissão, a radiointerferência é causada quando uma
estação extrapola os limites de potência estabelecidos. Na recepção é a
interferência de produtos sobre os serviços. “Qualquer comprometimento
dessas duas partes afetam o usuário final e deve merecer atenção”, disse
Barbosa.

Outra discussão subestimada no Brasil é a interferência eletromagnética
no espectro causada por aparelhos eletrodomésticos e instalações
industriais. A fabricação com parâmetros de compatibilidade para a
operação desses aparelhos pode solucionar o problema. Acontece que
também não há normas de interoperabilidade para esses equipamentos. “O
Brasil deveria levar em conta daqui pra frente critérios para a
fabricação desses produtos com compatibilidade eletromagnética”, sugeriu
Barbosa.

Países que adotam a regulamentação da Comissão Eletrotécnica
Internacional,  usam duas normas  “CISPR 12” e a “CISPR 13.  A primeira
trata do nível de ruído causado por veículos e sua interferência na
recepção de rádio no interior do próprio veículo.  Já a segunda
estabelece diretrizes para a inclusão de parâmetros de compatibilidade
eletromagnética de equipamentos de som, televisores e receptores de
rádio.  Os critérios listados nessas normas tornam esses dispositivos
mais imunes às radiointerferências.

A qualidade deveria ser um dos pilares das regulamentações, afirmou
Barbosa. “Esse conceito está mais arraigado na produção de produtos de
telefonia, mas no de radiodifusão ainda não”, ressaltou.

Assessoria de Comunicação da Abert
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WI-FI tem impedido links externos dos serviços de SARC, afirma engenheira

Roteadores wi-fi impedem que metade de uma faixa de radiofrequência
usada pelo SARC (Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos) seja
utilizada pelas emissoras de TV. O problema pode comprometer coberturas
jornalísticas importantes.

“Técnicos das principais redes de TV têm reportado esse problema
diariamente. Eles têm ‘se virado’ para transmitir os links externos de
suas reportagens”, declarou a engenheira da Abert, Monique Cruvinel,
durante o 1º Seminário sobre Radiointerferência (Senar), nesta
segunda-feira (28), em Brasília.

O SARC usa a faixa de 2.3 a 2.5 MHz.  Mas, em 2004 a Anatel autorizou o
uso de serviços de wi-fi na faixa de 2.5. Os ruídos foram detectados na
faixa de 2.4 até a 2.475 MHz. O problema é mais grave nos grandes
centros urbanos, afirmou Monique.

De 2.4 a 2.5 MHz tem sido utilizada de forma intensa pelo spread
spectrum usado pelo serviço de wi-fi. A técnica codifica e altera o
sinal de informação, executando o seu ‘espalhamento’ no espectro de
freqüências. O sinal espalhado ocupa uma banda maior que a informação
original.

Apesar de o sinal possuir baixa densidade de potência, tem causado
ruídos e atrapalhado metade dessa faixa (de 2.3 a 2.5 MHz). “O Brasil é
o país com maior número de emissoras. Imagine se todas elas tiverem que
‘se espremer’ nessa faixa para fazer suas reportagens externas”,
declarou Monique.

Uma solução encontrada pelas emissoras é buscar licenças de Serviço
Limitado Privado (SLP), que irradiam em uma frequência restrita, dentro
dos limites preestabelecidos. Com isso, elas pagam recursos extras para
conseguir um espaço a mais no espectro, o que não aconteceria se o SARC
atendesse de forma satisfatória.

A localização dispersa dos rádios wi-fi dificulta a fiscalização e a
solução do problema. “Mas é algo que a Anatel está ciente e trabalhando
para solucionar”, afirmou a engenheira.  A Agência propôs que o SARC na
faixa de 2.5 MHz seja remanejado para as faixas de 2.1 ou 2.2.

Assessoria de Comunicação da Abert
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Técnico da Anatel vê interferência do WiMAX nas parabólicas como
“controlável”

A digitalização de canais abertos e a oferta de novos receptores de TVRO
já contribuiram para reduzir as queixas contra o problema na agência

A digitalização de canais de TV aberta e a oferta de mais receptores de
TVRO (TV por antena parabólica) têm reduzido as queixas na Anatel sobre
interferência do WiMAX nesse serviço. A informação é do representante da
agência em Fortaleza (CE), Jordan Paiva, que vê grandes possibilidades
de convivência dos dois serviços nos próximos anos, a partir da
licitação da faixa de 3,5 GHz. “É uma situação controlável”, assegura.

Paiva, que participou nesta terça-feira (29) do Seminário sobre
radiointerferências, realizado pela Anatel, disse que os maiores
problemas de convivência entre a banda C e o WiMAX estão nos grandes
centros, onde há maior proximidade entre antenas parabólicas e as
estações. E o serviço de TVRO é usado nas cidades em função da baixa
qualidade do sinal analógico de TV aberta. Com a digitalização dos
canais, parte dos problemas está resolvida, acredita.

O técnico ressalta, porém, que os grandes redes, especialmente a Globo,
usam as faixas mais baixas da banda C, exatamente aquelas que sofrem
mais com interferências, fato que reflete no questionamento dos
radiodifusores contra o WiMAX. Mas disse que as queixas dos usuários
sobre interferência têm caído. “Até porque os instaladores de TVRO estão
ofertando uma gama maior de receptores, inclusive aqueles com um sistema
de filtragem melhor, que têm atendido as diferentes realidades dos
clientes”, disse.

Segundo Paiva, diferentes estudos existentes sobre o assunto apontam a
interferência, mas indicam ações de mitigação do problema, inclusive com
a possibilidade de a Anatel certificar e homologar os equipamentos da
banda C, atribuição que não tem hoje. Além disso, acredita que a
migração do usuário de TVRO para DTH, que usa a banda Ku, está
acontecendo e tende a se intensificar.

Paiva afirma que o serviço de TVRO tem perdido canais porque, ao passar
por processo de digitalização, muitas redes estão optando pela
codificação. “Com menos canais e com a oferta de TV paga por preços
acessíveis, essa migração tende a crescer”, avalia. Além disso, afirma
que já existem no mercado filtros mais eficientes e a preços baixos, o
que antes não era encontrado.

O serviço de TVRO atende cerca de 20 milhões de brasileiros a um preço
baixo, enquanto que o WiMAX está presente em poucas cidades. Mas com o
leilão da faixa de 3,5 GHz, esse quadro deverá mudar, uma vez que a
tecnologia é vista como fundamental para massificação da banda larga.
Anatel e radiodifusores continuam debatendo a questão da interferência
em busca de solução.

29 Novembro 2011 Escrito por Lúcia Berbert - Telesintese


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