(Araucaria) RES: RES: AINDA O CLUSTER

[Leonardo]

Boa noite Xavier e amigos.

Lúcida, como é de costume, sua colocação.

 

Falta-nos tanta coisa que se começarmos aqui a tecer este colar, passaremos
dias e dias.

No último fim de semana, no ARRL DX Contest, escutei por umas duas ou três
vezes, alguém me chamar em português. 

Deu para notar, de cara, que seria algum clandestino ou curioso, pois se
fosse radioamador saberia como me chamar.

Continuei minha chamada do Conteste e ouvi novamente uma pergunta sem nexo.
Não atendi e continuei minha chamada.

 

Passado alguns dias, me arrependi profundamente do que fiz, e te digo o
porque: estaria ali alguma oportunidade de orientar 

de forma correta esta pessoa para ser um futuro radioamador e nos fazer
companhia? Seria de fato um radioamador, mas 

que tenha ficado acanhado em me chamar, pois eu estava num Conteste,
chamando em inglês? 

Os amigos não tem ideia de como isto martelou minha consciência nestes
últimos dias. Puxa, tive uma postura totalmente indigna, 

e não tenho a menor vergonha em comentar aqui com vocês, meu amigos, aquilo
que julgo ter sido um erro grosseiro de minha parte.

Não que justifique, mas talvez explique a razão d’eu ter agido assim, ver as
nossas Bandas invadidas por toda sorte de clandestinos 

e serviços que nada têm à ver com nossa atividade.

 

O que faltou à esta pessoa que me chamou de forma errada? Alguém que o tenha
instruído. Embora nossa Legislação seja clara na 

forma em que devemos manter um contato, em que devemos chamar uma estação,
muitos decoram aquelas linhas para passar na 

prova e acham que não fará parte de seu dia à dia.

 

Ainda dentro de suas colocações, esta semana mandei um e-mail aqui para o
Refletor Araucária versando sobre a utilização correta 

da freqüência internacional de chamadas na Banda de 6 Metros, que é 50.110.
A esmagadora maioria dos radioamadores de todo o 

mundo estão ali, na escuta, e existem milhares deles que fazem dali sua
frequência de “ rodada “. Fazem CQ, um QSO, dois QSO, 

20, 30 e vão ficando, se esquecendo que o que fica convencionado
internacionalmente, num acordo de cavalheiros, é que ali se deve 

fazer CQ, um ou dois QSOs, no máximo, e pedir QSY para alguma frequência,
acima de 50.120, que esteja livre.

 

Nós aqui no Brasil, no Ciclo Solar 23, tentamos passar esta informação para
os radioamadores que ali freqüentavam. 

A maioria encarou numa boa, mas cansei de ver no Cluster, aqui no refletor e
mesmo no ar, sermos chamados e xerifes das freqüências...

6 Metros é uma Banda imprevisível. Por vezes achamos que a propagação está
aberta para somente uma localidade e somos surpreendidos 

por uma chamada de um local que está numa direção completamente fora daquela
em que nossa antena está apontada. 

Pode isto? Sim. Como? Propagação via Back Scatter. E se 50.110 estiver
ocupada, com bate papos intermináveis como assistimos nesta semana?

Bom, aí, perde-se o QSO, o DX, o País raro, o New One, etc.

 

É como você comenta em seu e-mail abaixo Xavier, ao invés de encararem este
conselho numa boa, acham que vai lhe cortar um braço.

 

Quando comecei em 6 Metros, em 1991, a primeira coisa que o André – PY0FF me
falou foi esta regrinha básica de 50.110. Simples e eficaz, 

e que se todos nós a colocarmos em prática, todos ganhamos.

 

Já te disse: “Vou me embora pra Passárgada”, de autoria de seu conterrâneo.

 

73 de PP1CZ - Léo.

  _____  

De: araucaria-bounces em araucariadx.com
[mailto:araucaria-bounces em araucariadx.com] Em nome de Cicero Xavier Silva
Enviada em: sexta-feira, 11 de março de 2011 22:48
Para: Grupo Araucaria de Radioamadorismo
Cc: gdxg
Assunto: Re: (Araucaria) RES: AINDA O CLUSTER

 

Meu amigo Léo.

 

Eu pensei umas duas horas para poder escrever o email sobre o cluster.

 

Sempre há a possibilidade de que alguém não goste, porque, via de regra,
somos autodidatas mas também autosuficientes (com a nova regra é assim que
se escreve?)

 

Provavelmente os dois operadores, se assinarem a lista, vão achar ruim...

 

Todas as vezes que se quer falar de ética, alguém acha ruim como se ética
não fosse algo que se aprende, mas algo que já se nasce sabendo.

 

Então, se eu SOU ÉTICO, porque vem esse camarada querer me ensinar o que
fazer?

 

É muito difícil alguém admitir que está enganado. Errado então, nem a pau!

 

As vezes eu me sinto de saco cheio da falar de determinados assuntos, porque
sempre vem uma "rebordosa". E, aqui na lista, isso se transforma num assunto
sem fim....

 

Mas é preciso falar.

 

É preciso repensar o programa dos nossos encontros - Araucária, por exemplo
- e nas LABRES também, quando fizerem seminários, colocando neles assuntos
de nível BÁSICO de conhecimento, tipo:

 

1)  COMO USAR CONVENIENTEMENTE O CLUSTER 

2) TIRE O MÁXIMO PROVEITO DA SUA DIPOLO

3) COMO CONSTRUIR SUA SLOPER 

4) COMO SINTONIZAR PERFEITAMENTE SEU EQUIPAMENTO

5) COMO CONSTRUIR SUA INTERFACE DE CW 

6) COMO APERFEIÇOAR SUA TRANSMISSÃO DE SINAIS DIGITAIS 

7) O AJUSTE ADEQUADO DO ALC NAS OPERAÇÕES DIGITAIS

8) COMO TRABALHAR UMA ESTAÇÃO NUM PILE-UP

8) RADIOAMADORISMO É SERVIÇO E HOBBIE  -  DX É ARTE!

 

e uma centena a mais de assuntos que interessam a uma boa parte da
comunidade e que vai certamente fazer com que o nível operacional de nossos
radioamadores melhore. 

 

Muitos novatos penam porque ninguém lhes orienta em nada. Quando o cidadão é
do bem, aprende. Quando nem tanto, se transforma num maluco com um microfone
na mão.

 

Esse ensinamento básico redunda em qualidade operacional.

 

Nossos encontros estão beirando a megalomania e esquecendo o básico e
fundamental: 

 

sem alicerce, qualquer casa cai. 

 

Essa semana um radioamador pediu ajuda sobre montar uma interface para CW. 

Se for comprar, vai pagar uns R$ 140,00 mais frete de algo que custa cerca
de R$ 5,00 para montar. Um absurdo!

 

POR FAVOR, não entendam esse email como crítica, mas como sugestão e
lamento. 

 

73

Xavier, PY7ZY

 

 

Em 11 de março de 2011 22:12, Leonardo <pp1cz em terra.com.br> escreveu:

Boa noite meu amigo Xavier.

Concordo plenamente contigo.

O que há é uma total desinformação de nossos radioamadores, principalmente
os novatos.

E por que isto?

Creio que a melhor resposta seria o vazio que existe na formação destes
radioamadores. 

Nós, radioamadores brasileiros, somos autodidatas. Vivemos nos auto
instruindo, pegando uma informação aqui e outra ali.

 

Eu sou um dos que vire e mexe manda um e-mail para esta Lista, outro para um
amigo, apelo para um e para outro. 

Apanho bastante mas sempre consigo, com a valiosa ajuda de todos vocês,
aprender um pouco mais à cada dia. 

 

Não sei como a coisa é tratada em outros Países, mas acho que carecemos, e
muito, de cursos que ensinem a manejar todos estes 

equipamentos de que dispomos. Às vezes me sinto como um piloto de um 747,
cheio de equipamentos e botões e não ter tido uma aula 

sequer que me diga como proceder.

 

Creio que deveríamos possuir, em cada Estado, um curso onde os radioamadores
mais experientes pudessem passar um pouco daquilo 

que sabem para os novatos, ou mesmo os veteranos que queiram se lançar a um
novo desafio.

Existem várias escolas de radioamadorismo no Brasil e algumas Labres que
ministram cursos que ensinam como se comportar nos 

vários segmentos à que estamos expostos em nossas atividades, e veja que
destes, pouco ou nenhum problema dão. 

Já os que não têm acesso a estas informações precisam apanhar, e no duro
sentido da palavra, para conseguirem algum progresso.

 

O que devemos fazer é tentar orientar estes colegas, para que tenhamos mais
e mais radioamadores brasileiros habitando nossas Bandas, 

de forma correta e sabendo usar todas as ferramentas de que dispomos.

 

Mas isto é utopia, como diria Manuel Bandeira, “ Vou me embora pra
Passárgada “.

 

73 de PP1CZ - Léo.

  _____  

De: araucaria-bounces em araucariadx.com
[mailto:araucaria-bounces em araucariadx.com] Em nome de Cicero Xavier Silva
Enviada em: sexta-feira, 11 de março de 2011 21:33
Para: Araucaria Lista
Assunto: (Araucaria) AINDA O CLUSTER

 

Tenho acompanhado algumas reclamações no cluster que, creio, tem
procedência.

Determinadas estações brasileiras estão chamando e atendendo DX, por
exemplo, em 28.475,00 MHz.

Aí, toda estação que atende, ele espota.

Ou seja, eu chamo em 28.475,00, entra a estação VK6ANC e eu espoto o VK6 na
minha frequência.

Quem vai até o spot dá de cara com a estação chamando e não a que ele
espotou.

Claro que não se trata de má fé, mas desconhecimento do uso do cluster.

Esse procedimento gera um Fake Spot que é detestado pela comunidade DXzista,
porque é visto como um Self Spot.

Hoje mesmo vi duas reclamações contra estações brasileiras.

 

73

Xavier, PY7ZY

-- 

Ciro (Xavier) - PY7ZY

 

You are invited to participate of CQ MM DX CONTEST (Now Worldwide)

Rules at  <http://www.cwjf.com.br/> www.cwjf.com.br

.......................


Please visit our DX-Pedition Web page: www.px8j.com <http://www.px8j.com/> 

 

"You can't criticize a DX-Pedition until YOU have actually 

been on one. Go there and do better!".

 



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