(Araucaria) RES: Cabos
Volmar Campana
volmarcampana em cirurgiasplasticas.med.br
Sexta Agosto 8 08:40:02 BRT 2008
O mito do cabo coaxial
Eu sempre digo que relação de ondas estacionárias ( R.O.E.), se ajusta na
antena e não no cabo coaxial. E digo mais anda, que o tamanho ou comprimento
da linha de transmissão coaxial é irrelevante para o funcionamento e R.O.E
do sistema irradiante. Digo isto com base em fundamentos científicos e na
própria experiência de anos que venho acumulando como técnico de RF,
especializado na manutenção de transmissores de radiamador.
Existe circulando há anos, nos meios amadorísticos de radiocomunicação, algo
que considero um mito a ser desmistificado neste artigo, qual seja: " o de
que é necessário, essencial e imprescindível que o cabo coaxial seja cortado
em um tamanho certo e exato múltiplo do cumprimento da onda, isto para fins
de obtenção da almejada R.O.E. de 1,1:1, " este é o mito ! Esta crença ,
cuja possível origem também indicarei mais adiante, leva a muitas pessoas
dedicarem horas a cortar pedaço por pedaço do seu cabo coaxial, buscando
obter a diminuição da R.O.E..
O objetivo deste artigo é esclarecer que isto não é necessário, passando a
entender o porque podemos de fato possuir um cabo coaxial com um tamanho
aleatório e qualquer, tamanho este limitado apenas pela comodidade do
radioamador em te-lo conectado do rádio à antena, sem sobras ou faltas e sem
a desgastante preocupação de corta-lo e ainda ao depois picota-lo lenta e
despedaçadamente, em pretenso ajuste fino de R.O.E. , numa tarefa
desgastante e desnecessária.
A relação de onda estacionária se ajusta na antena e não no cabo ! Existe um
fenômeno físico responsável por esta verdade, qual seja: " quando a linha
coaxial de transmissão esta terminada por uma impedância de carga (lado da
antena) igual a impedância característica da linha, de modo que a R.O.E.
seja 1:1 ( na terminação), a impedância de entrada da linha ( lado do rádio)
será simplesmente a mesma impedância do cabo coaxial independente do seu
comprimento. Se a carga ( antena) se encontra perfeitamente adaptada a
linha, esta ( a linha) aparecerá (para o rádio), como infinitamente comprida
e a impedância de entrada ( lado do rádio) será a impedância característica
da linha propriamente dita.
Ou de outro modo, uma linha curta, terminada em uma carga puramente
resistiva igual a impedância característica da linha, atua justamente como
se fosse infinitamente comprida , sendo que em uma linha equilibrada como a
descrita ( Z linha = Z carga), a energia viaja desde a fonte ( transmissor)
até a carga (antena) onde é completamente absorvida, sem reflexão ( onda
estacionária). Referências técnico-teóricas contidas no conhecido livro "
The Radioamateur's Handbook ", sustentam o acima descrito no mesmo sentido,
senão vejamos : " Se a resistência de carga que denominamos Zr, era igual a
impedância característica Zo, de uma linha, toda a energia era absorvida
pela carga. No dito caso não existe potência refletida e portanto não há
ondas estacionárias de corrente nem de tensão " (trecho que traduzi da obra
citada, em castelhano, ed . 1962, Arbó - Argentina).
Ajustando a R.O.E.
Assim saibamos que, qualquer que seja o comprimento do cabo coaxial, na sua
estação de radioaficcionado, quando sua antena for ressonante ai então sua
resistência de irradiação será igual a impedância do seu cabo coaxial, só ai
este cabo apresentará a sua impedância característica e transportará a
energia de RF até a antena com a menor R.O.E. . Para ajustar a freqüência de
ressonância da sua antena dipolo horizontal ou direcional, é necessário com
o medidor de R.O.E ( refletômetro) acoplado na saída do transmissor, ajustar
o comprimento da antena , aumentando-o ou diminuindo este tamanho, isto fará
com que a antena passe a ressonar na freqüência que você escolheu
previamente e apenas e tão somente nesta freqüência de ressonância sua
impedância se adaptará a linha coaxial e a R.O.E. será a menor possível. Eis
que o ajuste se faz na antena e o comprimento do cabo pode ser aleatório ,
mesmo porque apenas uma antena ressonante é a única que absorve e irradia a
maior quantidade possível de energia .
Atenção, toda antena após calculada teoricamente o seu tamanho, necessita
obrigatoriamente ajuste e conferência na prática, com o refletômetro (
medidor de R.O.E.) e um ajuste no seu cumprimento para mais ou menos do
tamanho projetado, eis que isto é necessário, pois o meio ambiente em
derredor (objetos) mudam, afetam e alteram a impedância da antena,
afastando-a do resultado teórico-calculado, em relação ao prático.
Como Surgiu o Mito
Suponho que no decorrer dos anos, considerando que, quem conta um conto
aumenta um ponto e ainda considerando que no meio radioamadorístico não
predominam os técnicos em eletrônica, aliás a maioria atual são pessoas
leigas interessadas mesmo em se aprimorar na radiotécnica, eis que
provavelmente houve uma distorção e desvirtuamento do seguinte princípio
físico das linhas ressonantes, que levou ao posterior surgimento e difusão
do mito: " A impedância de entrada de uma linha que funciona com alta R.O.E
( observo : condição indesejável nos contemporâneos sistemas irradiantes de
radioamador) , depende criticamente do comprimento da linha equivaler a
algum múltiplo de um quarto de onda . Estas linhas que funcionam com alta
R.O.E., são chamadas de linha sintonizada ou ressonante. " O citado
"Amateur's Handbook" diz o seguinte sobre o caso (que traduzi) : "A sintonia
da linha se torna unicamente necessária quando se deve tolerar um
considerável desequilíbrio entre a carga e a linha " ( observo: para fins
radioamadorísticos os modernos transceptores transistorizados não toleram
consideráveis desequilíbrios entre antena e o cabo coaxial ).
Vemos ai então, toda a semelhança entre esta teoria " das linhas ressonantes
de alta R.O.E. " , que provavelmente era aplicada na época em que existiam
linhas de transmissão feitas com dois condutores paralelos, dos antigos
sistemas de radiotransmissão , transformando-se contemporaneamente no mito
do tamanho do cabo coaxial, múltiplo de ¼ da onda, ora desmistificado.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
KEITERIS (PY2MOK - Léo), Leonas O mito do cabo coaxial, in Revista
Radioamadorismo e Faixa do Cidadão, nº01, sd.
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De: araucaria-bounces em araucariadx.com
[mailto:araucaria-bounces em araucariadx.com] Em nome de Ricardo
Enviada em: sexta-feira, 8 de agosto de 2008 00:03
Para: Grupo Araucaria de Radioamadorismo
Assunto: (Araucaria) Cabos
Desculpem a munhecada, mas gostaria de uma ajuda.
Como calcular a medida dos cabos coaxiais para antenas, em especial dipolos
de meia onda?
Isso simplesmente "apagou" da minha memória e já tem uns tres dias que não
consigo lembrar.
(Será que o alemão anda se "aproximando"?)
Moita - PP5SM
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