(Araucaria) Carta de Thereza Collor sobre Renan - Vale a pena ler até o fim.
Edson
py4was em powerline.com.br
Quinta Julho 19 13:22:57 BRT 2007
Prezados amigos !
Tenho certeza , que a grande maioria dos leitores dessas listas , são formadores de opinião e por isso , peço licença ( mesmo sabendo que estas listas não são para tal fim ) para divulgar este e-mail , em nome da ESPERANÇA de um Brasil melhor , onde eu tenha respostas para as indagações que meus filhos me fazem a todo instante.
Antecipadamente , peço DESCULPAS aos que certamente discordam deste tipo de e-mail ser veiculado nas listas ( e eu dou-lhes a razão ) , mas em nome de um BRASIL mais justo e decente , onde me vem a lembrança do nome de RUI BARBOSA , um dos mais respeitados da história do nosso País , quando disse :
" De tanto ver TRIUNFAR as nulidades , o Homem chega a ter VERGONHA de ser honesto "
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Divulguem :
Carta aberta ao Senador Renan Calheiros
"Vida de gado. Povo marcado. Povo feliz".
As vacas de Renan dão cria 24 h por dia. Haja capim e
gente besta em Murici e em Alagoas!
Uma qualidade eu admiro em você: o conhecimento da alma
humana. Você sabe manipular as pessoas, as ambições,
os pecados e as fraquezas. Do menino ingênuo que fui
buscar em Murici para ser deputado estadual em 1978, que
acreditava na pureza necessária de uma política de
oposição dentro da ditadura militar, você, Renan
Calheiros, construiu uma trajetória de causar inveja a
todos os homens de bem que se acovardam e não aprendem
nunca a ousar como os bandidos.
Você é um homem ousado. Compreendeu, num determinado
momento, que a vitória não pertence aos homens de
bem,desarmados desta fúria do desatino que é vencer
a qualquer preço.
E resolveu armar-se. Fosse qual fosse o preço,Renan
Calheiros nunca mais seria o filho do Olavo, a digladiar-se
com os poderosos Omena, na Usina São Simeão, em
desigualdade de forças e de dinheiros.
Decidiu que não iria combatê-los de peito
aberto,descobriria um atalho, um ou mil artifícios para
vencê-los, e, quem sabe um dia, derrotaria a todos eles,
os emplumados almofadinhas que tinham empregados, cujo
serviço exclusivo era abanar , por horas, um leque imenso,
sobre a mesa dos usineiros para que os mosquitos de Murici
(em Murici até os mosquitos são vorazes) não mordessem
a tez rósea de seus donos.
Quem sabe um dia, com a alavanca da política, não seria
Renan Calheiros, o dono único, coronel de porteira
fechada, das terras e do engenho, onde seu pai,
humilde, costumava ir buscar o dinheiro da cana, para pagar
a educação de seus filhos, e tirava o chapéu para os
Omena,poderosos e perigosos.
Renan sonhava ser um big shot, a qualquer preço. Vendeu a
alma,como o Fausto
de Goethe, e pediu fama e riqueza, em troca.
Quando você e o então deputado Geraldo Bulhões,
colegas de bancada de Fernando
Collor, aproximaram-se dele, aliaram-se, começou a ser
parido o novo Renan.
Há quem diga que você é um analfabeto de raro
polimento, um intuitivo. Que nunca leu nenhum autor de
economia,sociologia ou direito. Os seus colegas de
Universidade diziam isto. Longe de ser um demérito,esta
sua espessa ignorância literária, faz sobressair, ainda
mais, seu talento de vencedor.
Creio que foi a casa pobre, numa rua descalça de
Murici,que forneceu a você o combustível do ódio à
pobreza e a ser pobre. E Renan Calheiros decidiu que se a
sua política não serviria ao povo em nada, a ele
próprio serviria, em tudo.
Haveria de ser recebido em Palácios, em mansões de
milionários, em congressos estrangeiros, como um
príncipe, e quando chegasse a esse ponto, todos os seus
traumas banhados no rio Mundaú, seriam rebatizados em
fausto e opulência. Lá
terei a mulher que quero, na cama que escolherei. Serei
amigo do Rei.
Machado de Assis, por ingênuo, disse na boca de um dos
seus personagens: A alma terá, como a terra, uma túnica
incorruptível. Mais adiante, porém, diante
da inexorabilidade do destino do desonesto, ele advertia:
-Suje-se gordo! Quer sujar-se? Suje-se gordo!
Renan Calheiros, em 1986, foi eleito deputado federal pela
segunda vez. Neste mandato nascia o Renan
globalizado,gerente de resultados, ambição à larga,
enterrando, pouco a pouco, todos os escrúpulos da
consciência. No seu caso nada sobrou do naufrágio das
ilusões de moço!Nem a vergonha na cara.
O usineiro João Lyra patrocinou esta sua campanha com US
1.000.000. O dinheiro era entregue, em parcelas, ao seu
motorista Milton,enquanto você esperava bebericando,no
antigo Hotel Luxor, av. Assis Chateaubriand, hoje Tribunal
do Trabalho.
E fez uma campanha rica e impressionante, porque entre seus
eleitores havia pobres universitários comunistas e
usineiros deslumbrados, a segui-lo nas estradas poeirentas
das Alagoas, extasiados com a sua intrepidez em ganhar a
qualquer preço. O destemor do alpinista, que ou chega ao
topo da montanha,e é tudo seu, montanha e glória, ou
morre. Ou como o jogador de pôquer, que blefa e
não treme, que blefa rindo e cujos olhos indecifráveis
intimidam o adversário. E joga tudo. E vence. No blefe.
Você, Renan não tem alma, só apetites, dizem. E quem
na política brasileira *a tem? Quem neste Planalto, centro
das grandes picaretagens nacionais, atende no seu
comportamento a razões e objetivos de interesse público?
ACM, que na iminência de ser cassado, escorregou pela
porta da renúncia e foi reeleito como o grande coronel de
uma Bahia paradoxal,que exibe talentos com a mesma sem
cerimônia com que cultiva corruptos?
José Sarney, que tomou carona com Carlos Lacerda,com
Juscelino,e,agora, depois de ter apanhado uma tunda de
você, virou seu pai velho, passando-lhe a alquimia de 50
anos de malandragem?
Quem tem autoridade moral para lhe cobrar coerência de
princípios? O presidente
Lula, que deu o golpe do operário, no dizer de Brizola, e
hoje hospeda no seu Ministério um office boy do próprio
Brizola? Que taxou os aposentados, que não o eram, nem no
Governo de Collor, e dobrou o Supremo Tribunal Federal?
No velho dizer dos canalhas, todos fazem isto,
mentem,roubam, traem. Assim, senador, você é apenas o
mais esperto de todos, que, mesmo com fatos gritantes de
improbidade, de desvio de conduta,pública e privada,tem a
quase unanimidade deste Senado de Quasimodos morais para
blindá-lo.
E um moço de aparência simplória,com um nome de pé
de serra,Siba,é o camareiro
de seu salvo conduto para a impunidade,e fará de tudo para
que a sua bandeira, absolver Renan no Conselho de
Ética,consagre a sua carreira.
Não sei se este Siba é prefixo de sibarita, mas, como
seu advogado in pectore,
vida de rico ele terá garantida. Cabra bom de tarefa,
olhem o jeito sestroso com que ele defende o chefe. É mais
realista que o Rei.
E do outro lado, o xerife da ditadura militar, que, desde
logo, previne:quero absolver Renan. Que Corregedor! Que Senado!
Vou reproduzir aqui o que você declarou possuir de bens em 2002 ao TRE.
Confira, tem a sua assinatura:
1) Casa em Brasília, Lago Sul, R$ 800 mil,
2) Apartamento no edifício Tartana, Ponta Verde, R$ 700 mil,
3) Apartamento no Flat Alvorada, DF, de R$ 100 mil,
4) Casa na Barra de S Miguel de R$ 350 mil .
E só. Você não declarou nenhuma fazenda nem uma
cabeça de gado!! Sem levar em conta que seu apartamento no
Edifício Tartana vale,na realidade, mais de R$ 1 milhão
e sua casa na Barra de São Miguel,comprada de um
comerciante farmacêutico, vale R$ 3.000.000.
Só aí, Renan, você DECLARA POSSUIR UM PATRIMÔNIO DE
CERCA DE R$ 5.000.000. Se você, em 24 anos de mandato,
ganhou BRUTOS, R$ 2 milhões,como comprou o resto?
E as fazendas, e as rádios, tudo em nome de laranja? Que
herança moral você deixa para seus descendentes ?
Você vai entrar na história de Alagoas como um
político desonesto, sem escrúpulos e que trai até a
família. Tem certeza de que vale a pena?
Uma vez, há poucos anos, perguntei a você como estava o
maior latifundiário de Murici. E você respondeu: Não
tenho uma tarefa de terra.A vocação de agricultor
da família é o Olavinho. É verdade,especialmente no
verde das mesas de pôquer!
O Brasil inteiro, em sua maioria, pede a sua
cassação.Dificilmente você será
condenado. Em Brasília, são quase todos cúmplices. Mas
olhe no rosto das pessoas na rua,leia direito o que elas
pensam,sinta o desprezo que os alagoanos
de bem sentem por você e seu comportamento desonesto e
mentiroso.
Hoje, perguntado, o povo fecharia o Congresso. Por causa de
gente como você! *
Mendonça Neto - JORNAL EXTRA*
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